Bruxelas insiste: uma dívida pública elevada é uma “grande desvantagem”

“As coisas estão mais na direcção certa, mas ainda não há espaço para nenhuma complacência”, afirmou hoje o vice-presidente da Comissão Europeia, Jyrki Katainen, de visita a Portugal

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Jyrki Katainen é o vice-presidente da Comissão Europeia responsável pelo Emprego, Crescimento, Investimento e Competitividade Reuters/FRANCOIS LENOIR

 A redução da dívida pública voltou, esta terça-feira, 20 de Junho,  a ser defendida por um dos quatro vice-presidentes da Comissão Europeia, Jyrki Katainen, que numa visita a Lisboa aproveitou para recordar ser agora a altura certa para cortar na despesa pública.

“As coisas estão mais na direcção certa, mas ainda não há espaço para nenhuma complacência”, afirmou à Lusa o vice-presidente da Comissão Europeia responsável pelo Emprego, Crescimento, Investimento e Competitividade, Jyrki Katainen, que chegou a Lisboa segunda-feira para reuniões bilaterais e debates públicos.

À margem de uma visita à empresa Vision-Box, em Carnaxide, um dos projectos em Portugal financiados e apoiados pela União Europeia, Jyrki Katainen afirmou que a Comissão Europeia está “muito contente” com o aumento de investimento em Portugal, “até porque o país e as pessoas [que aí habitam] merecem”, disse.

Depois de salientar o aumento das exportações, aquele responsável voltou a falar dos “desafios” que persistem em Portugal: “a elevada dívida pública, que temos incentivado os governantes a “continuarem a reduzir”, até porque uma dívida pública elevada é uma “grande desvantagem”.

Jyrki Katainen defendeu que é quando a economia está a crescer que deve ser feita a redução da dívida pública e Portugal deve investir numa “elevada qualidade” de formação e treino profissional e pode ainda aumentar mais as exportações nacionais.

Sobre o desemprego, reconheceu ser ainda “muito elevado” em Portugal, mas lembrou que o aumento das exportações pode também aumentar o número de postos de trabalho e lembrou que Portugal está em quarto lugar na lista de Estados-membros com maior mobilização de financiamento ao abrigo do Plano Juncker em termos do Produto Interno Bruto (PIB).

Dados hoje divulgados pela Comissão Europeia revelam que, a partir de Junho, o Fundo Europeu para os Investimentos Estratégicos (FEIE) vai desencadear um total de 3,9 mil milhões de euros em investimentos adicionais em Portugal.

Em termos de projectos de infra-estruturas e inovação, o financiamento do Banco Europeu de Investimento (BEI), ao abrigo do FEIE, para os 15 projectos aprovados em Portugal, ascende a quase 700 milhões de euros, o que vai desencadear 2,4 mil milhões de euros em investimentos.

Em termos de financiamento das Pequenas e Médias Empresas (PME), o financiamento ao abrigo do FEIE para os sete acordos aprovados com bancos ou fundos intermediários em Portugal ascende a quase 500 milhões de euros, esperando a Comissão Europeia que estes acordos gerem 1,4 mil milhões de euros em investimentos e beneficiem mais de 1.300 PME e empresas de capital médio.

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