Banco de Portugal não vê criação de bolha nos preços da habitação

Subida de preços dos últimos anos parece estar alinhado com o equilíbrio da economia no longo prazo.

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Preços das casas registaram subida próxima de 6% na primeira metade deste ano Ricardo Campos

Apesar de se estar a assistir nos últimos três anos a uma aceleração dos preços da compra de habitação em Portugal, o Banco de Portugal está confiante que aquilo que está a acontecer no mercado imobiliário não desafia a lógica económica e não representa a formação de uma bolha que mais tarde possa rebentar.

No boletim económico publicado esta sexta-feira, a entidade liderada por Carlos Costa faz uma análise à evolução recente dos preços da habitação em Portugal. O objectivo: tentar perceber se as subidas de preços entretanto registadas são racionais em termos económicos ou se representam um comportamento estranho do mercado que possa vir a ter consequências perigosas no futuro.

Os preços da habitação em Portugal, diz o banco central usando dados do INE, registaram nos dois primeiros trimestres deste ano um crescimento próximo dos 6%. A aceleração é evidente face à subida de preços que já se tinha registado em 2014 e 2015 de 4,3% e 3,1%, respectivamente.

No entanto, ao calcular com base em alguns indicadores económicos chave qual poderia ser a subida de preços na habitação que é justificada em termos económicos, o Banco de Portugal conclui que o que se passa em Portugal está em linha com o que seria de esperar na teoria. “Nos anos mais recentes, os preços da habitação têm estado razoavelmente alinhados com os fundamentos macroeconómicos subjacentes que conduzem o equilíbrio de longo prazo”, afirma o banco, salientando ainda que “entre 2007 e o início de 2009 poderá ter havido uma subvalorização dos preços da habitação” em Portugal.

Entre os indicadores que mais contribuem para a subida de preços encontra-se o aumento do rendimento disponível dos portugueses e a descida do desemprego.

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