Banco de Portugal está a "analisar situação" de Rui Cartaxo
O presidente do conselho de administração do Novo Banco foi constituído arguido no caso das rendas da EDP e REN.
O Banco de Portugal está “a analisar situação” de Rui Cartaxo, presidente do conselho de administração do Novo Banco, um dos mais recentes arguidos no caso das rendas da EDP. A notícia é avançada pelo Eco, esta terça-feira.
O actual presidente do conselho do Novo Banco esteve na liderança executiva da REN até 2014, de onde saiu, invocando razões pessoais, para o Banco de Portugal. Cartaxo já tinha sido assessor do Governo para os temas da energia.
Como novos arguidos, juntam-se a Rui Cartaxo o ex-administrador executivo da EDP Pedro Rezende e, segundo apurou o PÚBLICO, um antigo director-geral da eléctrica, Jorge Ribeirinho Machado.
A negociação, em 2007, das compensações que anualmente garantem à EDP grande parte das receitas levaram a buscas da PJ nas sedes da EDP, REN e Boston Consulting.
O Ministério Público veio depois confirmar as diligências, adiantando que “o inquérito tem como objecto a investigação de factos subsequentes ao processo legislativo, bem como aos procedimentos administrativos relativos à introdução no sector eléctrico nacional dos Custos para Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC)”, em substituição dos contratos de aquisição de energia (CAE). O período abrangido pela investigação é entre 2004 e 2014.
O presidente da EDP, António Mexia, foi constituído arguido na passada sexta-feira e já afirmou, numa conferência de imprensa em que esteve ladeado pelo conselho de administração da eléctrica, que não se vai demitir. Mexia disse ainda que a investigação “não é um processo novo” e que não houve “nenhum benefício” à EDP.
O administrador da EDP João Manso Neto, o director e o administrador executivo da REN, Pedro Furtado e João Conceição, respectivamente, são os restantes arguidos no caso.