Banco de Portugal dá luz verde a Teixeira dos Santos no BIC Portugal

Regulador validou a idoneidade do ex-ministro para ocupar o cargo de presidente executivo do banco de Isabel dos Santos, tal como a de todos os restantes administradores.

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Ex-ministro das Finanças entra na banca privada Miguel Manso

O Banco de Portugal (BdP) já validou o nome de Teixeira dos Santos, em termos de idoneidade, para ocupar o cargo de presidente executivo do BIC Portugal, cargo que até aqui era ocupado por Mira Amaral, segundo apurou o PÚBLICO. A “luz verde” do regulador, liderado por Carlos Costa, aplica-se também aos restantes órgãos sociais, executivos e não executivos, incluindo Diogo Barrote, nome escolhido para ocupar o cargo de presidente do conselho de administração (não executivo).

O nome do ex-ministro das Finanças de José Sócrates tinha sido enviado ao Banco de Portugal no âmbito de uma nova lista de membros dos órgãos sociais do banco após um impasse provocado pela primeira escolha de Jaime Pereira e de Fernando Teles para presidente executivo e presidente não executivo, respectivamente. Conforme já escreveu o PÚBLICO, o regulador não estava a permitir o exercício de cargos de gestão, isto por lhe serem imputadas falhas graves na prevenção de branqueamento de capitais.  

As actuações de Jaime Pereira e também de Fernando Teles, no BIC Portugal, foram alvo de críticas por parte do BdP, como transpareceu de um relatório divulgado pelo Expresso a 11 de Maio. No quadro de uma inspecção, a autoridade apontou falhas graves à gestão do banco.  

Fernando Teles, que ocupa o cargo de presidente do BIC Angola, é o segundo maior accionista da instituição financeira (com 37%), atrás de Isabel dos Santos (dona de 42,5%).

Ao contrário do que se verifica noutras sociedades financeiras, os gestores de bancos só podem desempenhar as funções depois de o BdP confirmar a sua idoneidade (ou reavaliação caso não seja a primeira vez), processo que levou o supervisor a fazer diligências reforçadas junto da instituição.

Em 2011, o BIC comprou, no contexto da privatização, o Banco Português de Negócios (BPN) por 40 milhões, o que lhe deu acesso a uma rede comercial de mais 200 balcões. Por sua vez, o BPN foi nacionalizado em 2008, quando Teixeira dos Santos ocupava a pasta das Finanças.

No final do ano passado, o BIC Portugal detinha 226 balcões e era responsável por 1459 postos de trabalho. Com 4244 milhões de euros de crédito bruto concedido, registou um resultado líquido de 15,2 milhões de euros (contra os 1,1 milhões de 2014).

Criado em 2008, após o crescimento do BIC Angola no meu mercado de origem, o BIC Portugal foi desde o início liderado por Mira Amaral, ex-ministro do PSD. Com Luís Villalobos

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