Banco de Inglaterra pede detalhes sobre exposição ao Deutsche Bank e banca italiana

O estado do banco alemão e do Monte dei Paschi causa preocupações em Inglaterra.

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Reuters/RALPH ORLOWSKI

O Banco de Inglaterra pediu às maiores instituições bancárias do Reino Unido para detalharem com maior pormenor o seu nível de exposição ao Deutsche Bank e aos maiores bancos italianos, incluindo o Monte dei Paschi, noticia o Financial Times.

O pedido partiu, nas últimas semanas, da Autoridade Reguladora Prudencial, que faz parte do Banco de Inglaterra, naquele que é mais um sinal de preocupação em relação ao estado actual da banca europeia.

Desde a crise bancária de 2008, provocada pela queda do Lehman Brothers, e que ameaçou todo sistema financeiro mundial, que os reguladores um pouco por todo mundo centraram as suas atenções nas ligações entre grandes instituições. O Reino Unido não foi excepção. Nos últimos anos, o Banco de Inglaterra tinha já pedido informações sobre a exposição britânica em relação aos bancos gregos, por exemplo.

Neste momento, a grande preocupação reside no Deutsche Bank, um dos maiores bancos do mundo. Depois de o Departamento de Justiça americano ter exigido o pagamento de uma multa recorde a rondar os 14 mil milhões de dólares (12.500 milhões de euros), devido ao papel do banco no estalar da crise financeira, as acções chegaram a cair, no mês passado, 12%. Também o italiano Monte dei Paschi, que chumbou nos testes de stress do Banco Central Europeu, sofreu uma queda nas bolsas que chegou aos 23%.

Muita da discussão na Alemanha prende-se, neste momento, sobre a viabilidade ou a necessidade de uma ajuda estatal ao Deutsche Bank, com o futuro político de Angela Merkel também em risco devido a todo este processo. Já esta semana, o Monte dei Paschi revelou a intenção de angariar 5 mil milhões de euros de capital através de emissão de novas acções e a troca de dívida por capital próprio.

O Financial Times diz que tanto a Autoridade Reguladora Prudencial como o Barclays, Lloyds Banking Group, HSBC, Royal Bank of Scotland – os maiores bancos sob a regulação do Banco de Inglaterra – e o Deutsche Bank não prestaram quaisquer declarações sobre este pedido.

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