Arauco e Sonae Indústria formalizam parceria

Multinacional chilena injectou 137,5 milhões de euros na nova empresa, a Sonae Arauco

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Parceria com os chilenos acelera reestruturação da Sonae Indústria, presidida por Paulo Azevedo Daniel Rocha

A Sonae Indústria e a multinacional chilena Arauco concretizaram esta terça-feira a parceria anunciada no final do ano passado, designada por Sonae Arauco, para os negócios na Europa e África do Sul. Uma aliança que vai permitir ao grupo português, controlado maioritariamente pelo empresário Belmiro de Azevedo, acelerar o processo de reestruturação em curso.

Para a concretização da joint-venture, detida em partes iguais pelas duas empresas, a Sonae indústria entrou com activos e a Arauco com uma injecção de capital no montante de 137,5 milhões de euros.

A parceria estratégica exclui as actividades da Sonae Indústria na América do Norte (uma das mais rentáveis do grupo) e três fábricas na Europa, duas em Portugal e uma na Alemanha, que integram o segmento de laminados e componentes, áreas em que a Arauco não tem actividade.

Em comunicado enviado esta terça-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a empresa liderada por Paulo Azevedo, também presidente da Sonae SGPS (proprietária do PÚBLICO) adianta que “a parceria surge na sequência da reorganização levada a cabo com sucesso nos últimos anos, e assume-se como um passo estratégico decisivo no sentido da criação de valor para os stakeholders da Sonae Indústria e da Arauco”.

“A operação contribui ainda para uma redução substancial do endividamento líquido do Grupo Sonae Indústria, permitindo à empresa estar mais focada na criação de valor para clientes e accionistas”, adianta o comunicado.

Segundo a mesma fonte, a operação permitiu reduzir a dívida consolidada da empresa “para um montante estimado inferior a 240 milhões de euros”, e que, “para além do refinanciamento da dívida local da operação do Canadá, a Sonae Indústria renegociou com diversas instituições financeiras cerca de 180 milhões de euros de dívida, com maturidade final de cinco anos”.

A empresa acrescenta ainda que “como parte integrante da transacção a Sonae Arauco subscreveu um novo empréstimo sindicado a cinco anos, com cinco bancos internacionais, no montante de 205 milhões de euros, em condições significativamente mais favoráveis”.

A concretização da parceria com a multinacional chilena, que produz e gere extensas áreas de floresta e detém fábricas na América Latina, nos Estados Unidos e no Canadá, acontece numa altura em que a empresa portuguesa regista os seus primeiros lucros trimestrais desde 2009.

A empresa, que fechou e vendeu várias fábricas nos últimos anos, encerrando a actividade no Brasil e em França, registou um lucro de três milhões de euros até Março, contra um prejuízo de 11 milhões de euros no primeiro trimestre do ano passado. O volume de negócios subiu um milhão de euros, para os 259 milhões de euros, e o EBITDA melhorou 29%, para os 32 milhões de euros, com a margem a corresponder a 12,3%, mais 2,8 pontos percentuais que em período homólogo.

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