Apenas três trabalhadores compraram acções da Empresa Geral de Fomento

A privatização da EGF foi aprovada pelo Governo PSD/CDS-PP em Março de 2014. Mota-Engil detém 95% do capital da empresa de tratamento de resíduos

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adriano miranda

Apenas três trabalhadores da Empresa Geral de Fomento (EGF) deram ordens de compra de acções da companhia, no âmbito da privatização, pelo que a Mota-Engil terá de adquirir ao Estado os títulos que este ainda detém.

Segundo os resultados divulgados esta segunda-feira, 7 de Agosto, através da Comissão de Mercado de Valores Mobiliários, a Oferta Pública de Venda (OPV) aos trabalhadores de acções representativas de 5% da EGF terminou com três ordens de compra, no total de 1300 títulos vendidos.

Tendo em conta que o preço por acção é de 13,896 euros, estes trabalhadores gastaram cerca de 18 mil euros. A liquidação física e financeira da venda acontecerá esta quarta-feira, 9 de Agosto.

A EGF é uma empresa de recolha, transporte, tratamento e valorização de resíduos urbanos que, antes da privatização, tinha como accionistas a empresa estatal Águas de Portugal (51%) e os municípios (49%).

A privatização da EGF foi aprovada pelo Governo PSD/CDS-PP em Março de 2014, sob forte contestação, sobretudo dos municípios.

Em Setembro de 2014, o consórcio SUMA (Serviços Urbanos E Meio Ambiente), liderado pela Mota-Engil, venceu o concurso público, pelo que ficou com 95% do capital social da EGF, como contrapartida de 149 milhões de euros.

Quanto aos restantes 5% da empresa, equivalente a 560 mil acções, estes foram destinados a trabalhadores, a serem alienados pelas Águas de Portugal.

Sendo conhecido esta quarta-feira que apenas três trabalhadores deram ordens de compra de 1300 acções, os títulos que não foram comprados serão obrigatoriamente adquiridos pelo consórcio liderado pela Mota-Engil, tal como definido nas regras do concurso.

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