Acções do BCP encerraram a perder 12,12% com anúncio de aumento de capital

Títulos do banco liderado por Nuno Amado abriram a cair 15%, fixando novo mínimo histórico em 0,87 euros.

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Miguel Manso

As acções do Banco Comercial Português (BCP) encerraram a sessão desta terça-feira a perder 12,12%, para 0,92 euros, uma desvalorização que acontece depois do  anúncio do aumento de capital de 1,33 mil milhões de euros, que levará à emissão de novas acções a 0,094 euros cada, um valor que representa um forte desconto face ao valor da semana passada.

No arranque da sessão, o BCP chegou a perder 15%, para 0,87 euros, o que corresponde a novo mínimo histórico do título. A queda foi acompanhada de forte liquidez, com perto de 14 milhões de acções transaccionadas.

O preço de subscrição determinado para as novas acções tendo em conta o seu valor teórico (já que, por cada acção que detiver, um acionista pode subscrever 15 novos títulos a 0,094 euros cada) significa um desconto de 38,6% face à cotação desta segunda-feira, especificou a administração no comunicado que fez à CMVM. A intenção é aumentar o capital de 4,269 mil milhões para 5,601 mil milhões de euros, numa operação que começa a 19 de Janeiro e terminará a 2 de Fevereiro. E assim conseguir também capital para devolver ao Estado até Julho os 750 milhões de euros que faltam da ajuda recebida em 2012.

O aumento de capital deverá permitir ao investidor chinês Fosun aumentar a sua quota no BCP para 30% com a injecção de 400 milhões de euros (depois dos 174,58 milhões iniciais aplicados em Novembro quando entrou no BCP). A parte restante tem tomada firme por um sindicato bancário encabeçado pelos norte-americanos J.P. Morgan e Goldman Sachs, mas com a participação também de outras entidades bancárias como o Bank of America, Merril Lynch, Credit Suisse e Mediobanca.

A decisão de aumentar o capital assim como da participação chinesa e a fixação do preço das novas acções foi tomada na segunda-feira à tarde em Conselho de Administração, onde estão representados os grandes accionistas.

A reunião permitiu aprovar também a entrada, por cooptação, de João Nuno Palma – que foi CFO da equipa de José de Matos, na CGD – para integrar a Comissão Executiva, como o PÚBLICO noticiara. E ainda a entrada de um segundo representante da Fosun, Lingjiong XU, que não terá, no entanto, funções executivas.

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