Altice estuda mega-aquisição nos EUA

A dona da PT está a avaliar a possibilidade de entrar na corrida à gigante norte-americana Charter Communications. Negócio pode chegar aos 185 mil milhões de dólares.

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daniel rocha

O grupo liderado por Patrick Drahi está, segundo a imprensa internacional, a preparar uma oferta sobre a Charter Communications num valor global de 185 mil milhões de dólares (cerca de 160 mil milhões de euros). Uma iniciativa que, a confirmar-se, irá colocar a Altice numa corrida onde também deverá participar o grupo Softbank, do japonês Masayoshi Son, em mais uma etapa da intensa consolidação, nos EUA, entre telecomunicações e media. A Charter é a segunda maior fornecedora de cabo norte-americano, com 26 milhões de clientes. 

A Altice ainda não avançou com uma proposta forma, e poderá nem sequer chegar a fazê-lo, segundo as informações avançadas pelo canal norte-americano CNBC, confirmadas pela Reuters e pelo Financial Times. O maior desafio de uma eventual oferta prende-se com a dimensão da Charter, muito superior não só à Altice, mas sobretudo ao braço norte-americano do grupo, a Altice USA.

A Altice USA entrou recentemente na bolsa de Nova Iorque avaliada na casa dos 23 mil milhões de dólares e com uma dívida de 22,6 mil milhões. Esta empresa agrega as aquisições da Cablevision e Suddenlink, concretizadas por Patrick Drahi por um total de 26 mil milhões de dólares.

A Charter, que venceu a Altice na corrida pela Time Warner Cable por 78,7 mil milhões de dólares, no ano passado, está avaliada em bolsa por 121 mil milhões de dólares, com uma dívida de 62,5 mil milhões. Valores cujo financiamento representam o maior obstáculo numa tentativa de aquisição por parte da dona da PT Portugal, a braços ela própria com um significativo peso da dívida que acumulou nas aquisições que tem vindo a realizar em Portugal, França e Estados Unidos. 

A Altice tem neste momento em curso, em Portugal, uma operação de aquisição da Media Capital por 440 milhões de euros aos espanhóis da Prisa, que está ainda dependente das autorizações regulatórias. E enfrenta a contestação não só dos trabalhadores devido às medidas que está a implementar para reduzir o número de funcionários, mas também as críticas políticas acerca dessa política de gestão de recursos humanos. 

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