Acções do BCP recuperam, as do CTT nem por isso

PSI 20 desceu ligeiramente, acompanhando a tendência das restantes praças europeias.

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CMVM proibiu vendas a descoberto com acções dos CTT Fábio Augusto

A proibição das vendas a descoberto nos CTT, em vigor esta terça-feira, ajudou inicialmente o título a manter-se em terreno positivo, subindo ao final da manhã 2,9%, depois de fortes quedas nas últimas sessões. Mas no fecho, as acções acabaram por voltar a terreno negativo, ainda que apenas com uma ligeira queda (-0,33%). No BCP o dia foi mesmo de recuperação técnica, com uma subida de 6,98%, agora que terminou a venda de direitos para a participação no aumento de capital.

No caso dos CTT, as quedas de perto de 20% nas últimas sessões, aconteceram depois de uma revisão em baixa dos resultados de 2016, na sequência de um último trimestre menos positivo que o esperado pela empresa. De acordo com um comunicado da empresa, da passada sexta-feira, a quebra na recta final do ano levou a “uma redução entre 4% e 5% nos rendimentos operacionais de 2016". O anúncio levou a uma queda de 11% na sexta-feira, de 13,99% esta segunda-feira.

A proibição das vendas a descoberto termina no final do dia desta terça-feira. Estas operações, conhecidas também como vendas curtas ou short selling, consistem na venda de títulos que o investidor pediu emprestados. A operação é feita na expectativa de recompra dos mesmos títulos (para os entregar ao emprestador) a um preço mais baixo, ganhando com a diferença.

A valorização do BCP, que no início da sessão chegou a superar os 7%, é explicada pelo fim da venda de direitos, mas também pela expectativa de que uma boa parte dos pequenos investidores vai ao aumento de capital, apesar do esforço de investimento que exige. As ordens de compra de novas acções já não podem ser alteradas, e a procura registada pode dispensar a necessidade do sindicato financeiro, contratado pelo BCP, para comprar as acções sobrantes, avança o Negócios na edição desta terça-feira.

De acordo com dados recolhidos pelo PÚBLICO, a Sonangol não terá vendido os seus direitos, devendo manter-se como segundo maior accionista com uma participação de pelo menos 15%. A Fosun, actualmente o maior accionista, terá comprado muitíssimos direitos mas não serão suficientes para atingir a participação de 30% que se propõe assumir. Poderá, no entanto, atingir esta participação através da operação de rateio, algo que até lhe dará vantagens, já que essa estratégia implica um custo menor.

O aumento de capital em 1,3 mil milhões de euros, realizado através da venda de 14 mil milhões de novas acções, termina esta quinta-feira e o apuramento dos resultados da oferta ocorrerá na sexta-feira, dia 3 de Fevereiro.

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