Abertas linhas de financiamento para capitais de risco e business angels

Um total em torno dos 124 milhões de euros está disponível para co-investimento em PME e startups.

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A taxa de empreendedorismo entre as mulheres é mais baixa Enric Vives-Rubio

Os fundos de capital de risco e os business angels podem agora candidatar-se a receber dinheiro público para investirem em PME e startups. A Instituição Financeira de Desenvolvimento – IDF, uma entidade pública também conhecida informalmente como banco de fomento – abriu os concursos para disponibilizar àqueles investidores um total de aproximadamente 124 milhões de euros, com os quais o Governo espera fazer chegar cerca de 460 milhões de euros à economia.

Nesta quinta-feira foram anunciados dois concursos públicos, um com maior dotação orçamental e destinado a fundos de capital de risco, e outro para business angels, ou seja, investidores de risco que fazem investimentos de menor monta em fases muito iniciais das startups. Em ambos os casos, podem concorrer investidores portugueses e estrangeiros, e os fundos públicos funcionarão numa lógica de co-investimento a par do dinheiro privado (em Março, a IDF tinha já lançado uma linha de crédito para facilitar o acesso de empresas a financiamento bancário). 

A linha de financiamento para fundos de capital de risco ronda os 98 milhões de euros, provenientes de fundos europeus. Já para os business angels estão destinados cerca de 26 milhões. “São elegíveis os projectos inseridos em actividades económicas, com especial incidência para aquelas que visam a produção de bens e serviços transaccionáveis e internacionalizáveis ou contribuam para a cadeia de valor dos mesmos”, lê-se no caderno de encargos para os business angels.

Quando procuram financiamento através de capital de risco, as empresas dão aos investidores uma participação na empresa. Os investidores, por seu lado, esperam obter retorno com a valorização dessa participação – por exemplo, através de uma entrada em bolsa ou da venda a uma outra empresa. Tipicamente, o investimento de risco em startups implica que um número relativamente reduzido de casos bem-sucedidos compense os investimentos que acabaram por não dar frutos.

Os fundos surgem numa altura em que tanto o Governo (na senda do que já fora feito na legislatura anterior) como iniciativas privadas estão a tentar posicionar Portugal como um país de startups e um ponto relevante no circuito europeu de empreendedorismo.

Os dois instrumentos já tinham sido referidos várias vezes pelo Governo ao longo dos últimos meses. Ainda esta semana, o ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, voltou a aludir às duas linhas de financiamento: “Queremos convidar todos os investidores internacionais e nacionais para que possam concorrer e possam transformar estes 460 milhões de euros em milhares de novos projectos válidos, de empreendedorismo, e que vão lançar Portugal num maior ciclo de crescimento do que o que tivemos nos últimos anos", afirmou, citado pela agência Lusa.

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