Froome tremeu nos Pirenéus, resistiu nos Alpes e está a três dias do triunfo

Na última etapa de alta montanha da Volta a França, o camisola amarela perdeu apenas quatro segundos para a concorrência. Está tudo encaminhado para o britânico vencer pela quarta vez o Tour.

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Reuters/BENOIT TESSIER

Chris Froome está pouco preocupado com o facto de não ter ganho qualquer etapa nesta edição da Volta a França e, apesar disso, envergar a camisola amarela, símbolo de líder da classificação geral, estando a apenas três dias de uma muito previsível conquista da vitória final no Tour. Nesta quinta-feira, o ciclista britânico resistiu aos ataques dos seus mais directos adversários, tal como já tinha sucedido na véspera, terminando a última etapa de alta montanha da corrida no quarto lugar, mas com o mesmo tempo do segundo.

“Claro que teria sido fantástico ter ganho uma das mais míticas subidas deste Tour mas o meu objectivo é conservar a camisola amarela. Se chegar a Paris com ela vestida não terei nenhuns remorsos, mesmo que não ganhe qualquer etapa. A parte mais difícil do Tour já está para trás das costas. Passámos os Pirenéus e agora os Alpes”, analisou Froome no final de uma tirada em que foi posto à prova um par de vezes nos dois quilómetros finais, embora nunca de forma muito preocupante, e em que também testou a forma dos seus mais directos opositores — o francês Romain Bardet (AG2R) e o colombiano Rigoberto Urán (Cannondale).

O ciclista britânico, vencedor do Tour em 2013, 2015 e 2016 tentou, de facto, a sua sorte nos derradeiros quilómetros de uma etapa que terminava no topo do Izoard. Mas a sua estratégia de, antes de mais, garantir o primeiro lugar na geral, fizeram com que não cometesse loucuras. Para além disso, na frente, estava e acabou por ficar, Warren Barguil (Sunweb), que com a vitória na tirada tornou-se o virtual vencedor da classificação da montanha. O francês foi seguido por Darwin Atapuma (Team Emirates) que, à entrada dos 10km finais, tinha dois minutos de vantagem sobre o gaulês, mas que acabou por ceder na parte final, vendo escapar-se, mais uma vez, aquela que seria a sua primeira vitória numa etapa de uma grande Volta.

Romain Bardet acabou por cortar a linha de meta em terceiro, à frente de Froome mas com o mesmo tempo do britânico, embora tenha reduzido a diferença para o líder da prova graças aos quatro segundos de bonificação reservados ao último lugar do pódio, enquanto Rigoberto Urán chegaria dois segundos depois, vendo aumentar para 29s a distância para Froome.

Urán, que se mostrou conformado com o desfecho do dia — “o importante era estar na frente, não ceder tempo — é agora a principal preocupação para Chris Froome, como o próprio reconheceu no final do dia de ontem. “‘Rigo’ é, sem dúvida, a minha maior ameaça. De entre os primeiros da classificação geral ele é o mais forte no contra-relógio e está a apenas a 29 segundos. Por isso, penso que ele é o homem a quem devo prestar atenção em Marselha”, assumiu o britânico.

Se conseguir chegar de amarelo a Paris e não vencer nenhuma das últimas três últimas tiradas da prova, Froome tornar-se-á apenas no sétimo ciclista a vencer o Tour sem conquistar qualquer etapa. Mas o corredor já fez o seu trabalho de casa e vai tentar não entrar nessa lista. “Vou fazer os possíveis para ganhar nesse dia e garantir a camisola amarela. Já analisei o percurso do contra-relógio. São 22km muito rápidos. Darei o meu máximo, certamente”, disse nesta quinta-feira.

 

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