Nenhuma festa na Luz. Nem do Benfica, nem do Moreirense

“Encarnados” vencem Moreirense por 3-1, um resultado que não foi suficiente para chegar ?ao título e que atirou a formação minhota para a II Liga.

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Francisco Leong/AFP
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Hugo Correia/Reuters

Não podia ser um bom augúrio. Antes do início do jogo, no voo habitual da águia Vitória, algo a assustou e ela não fez a descida habitual na direcção do seu tratador. O Benfica precisava de tudo, de si próprio, de um Paços de Ferreira inspirado, de um FC Porto desinspirado e de todos os bons presságios para conseguir chegar ao 33.º título de campeão da sua história.

Os “encarnados” cumpriram o seu papel e venceram o Moreirense por 3-1, mas tudo o resto falhou e foram os portistas a chegar ao tricampeonato com um triunfo na Mata Real, por 2-0. Se a vitória pouco significado teve para o Benfica, atirou a formação orientada por Augusto Inácio para a II Liga.

As contas do Benfica eram fáceis de fazer. Tinha de ganhar, nenhum outro resultado interessava, porque perderia sempre no desempate pontual com os portistas, e esperar que o Paços conseguisse roubar pontos ao FC Porto.

Só esta combinação resultava para o Benfica corrigir os estragos feitos nas duas jornadas anteriores, em que transformara uma vantagem de quatro pontos numa desvantagem de um. E, de alguma forma, recuperar algum moral perdido depois do desaire em Amesterdão na final da Liga Europa com o Chelsea.

Frente a uma equipa que lutava pela sobrevivência (e que, apesar de tudo, dependia apenas de si), Jorge Jesus optou por deixar Gaitán no banco, apostando em Ola John de início, no lado esquerdo do ataque.

O Benfica entrou dominador, mas sem aquela faísca que tantas vezes mostrou, de ataque continuado, esmagador e com propensão para marcar cedo. Mas o golo tardava em acontecer. Onde o marcador funcionou foi na Mata Real e para o lado errado das aspirações benfiquistas. Lucho marcava para o FC Porto e colocava o título na rota do Dragão.

Alguém terá dado a informação a Jorge Jesus a partir do banco, mas o técnico benfiquista manteve-se impassível, a olhar para o relvado.

A equipa é que deve ter sentido a reacção do estádio (estiveram 51.349 espectadores na Luz) e o chip da motivação mudou. O domínio continuou, mas foi o Moreirense a marcar.

Tudo começou num erro de Jardel, que obrigou a uma falta de Luisão sobre Ghilas. Os visitantes marcaram o livre de imediato e o franco-argelino chegou à área, fez o cruzamento e Vinicius, sem marcação, faz o 1-0 aos 43’.

Ainda antes do intervalo, o Benfica voltou a estar perto do golo, com Lima a atirar ao poste depois de um primeiro remate de Jardel, a mais flagrante de uma série de oportunidades “encarnadas” na primeira parte.

Para o segundo tempo, Jorge Jesus fez entrar Gaitán para o lugar do ineficaz Ola John e os efeitos foram quase imediatos. Foi do argentino que saiu o cruzamento, aos 49’, para o cabeceamento certeiro de Cardozo.

Logo a seguir ao empate na Luz, o marcador voltou a funcionar na Mata Real (Jackson fez o 2-0 para o FC Porto) e as esperanças benfiquistas ficaram reduzidas a quase nada.

A única equipa para quem o resultado seria importante era o Moreirense, que, depois de uma boa primeira parte, estava cada vez mais enfiado na sua área.

O Benfica intensificou a pressão e, após várias oportunidades perdidas, chegou ao triunfo aos 80’, com Lima a fazer o 2-1, que nada fez pelas contas do título e que encaminhava o Moreirense para a II Liga.

Quando o FC Porto já celebrava na Mata Real, o Benfica ainda fez o 3-1, com um penálti convertido por Lima, após Paulinho (que foi expulso) ter cortado a bola com o braço em cima da linha.

Fim de campeonato na Luz e ninguém festejou, nem o Moreirense (despromovido, enquanto o seu treinador passa a homem forte de futebol do Sporting), nem o Benfica, que celebrou apenas mais uma vitória, com muito pouco sal. Resta a Taça de Portugal.

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