A 15.ª Grande Volta da carreira de Vincenzo Nibali vai terminar com o quarto triunfo do corredor da Sicília. Num final dramático, discutido ao segundo com Esteban Chaves (Orica GreenEdge), o italiano da Astana contrariou a tendência dos últimos dias e, na etapa decisiva, em plena montanha, voltou a impor a sua lei, chegando a 6m43s do vencedor. No domingo, se tudo correr sem percalços, será coroado pela segunda vez no país natal.

O nome de Rein Taaramae (Katusha) - o primeiro estoniano a ganhar uma etapa na Volta a Itália - é aquele que figurará nos registos como o vencedor da 20.ª etapa do Giro 2016, mas a grande figura do dia foi Nibali. Indiscutivelmente. Ele, que partiu claramente em desvantagem face ao camisola rosa, o colombiano Esteban Chaves, contrariou os prognósticos e, com uma exibição categórica nos 134km que uniram Guillestre a Sant'Anna di Vinadio, arrebatou a liderança da prova a uma etapa do fim.

Bastou-lhe, para isso, cortar a meta na sexta posição, depois de Taaramae, claro, mas também de Darwin Atapuma (BMC), Joseph Dombrowski (CPT), Mikel Nieve (Sky) e Alexander Foliforov (Gazprom). Tudo porque a vantagem que foi amealhando sobre Chaves (14.º classificado, a 8m20s do vencedor), especialmente nos últimos 5km da etapa, lhe permitiu ficar agora a 52 segundos do rival, retirando-he a maglia rosa, a um dia da coroação final.

Esta será a segunda vitória de Nibali no Giro, depois do triunfo em 2013. Uma vitória fruto da "ressurreição" do italiano, que nos dois últimos dias reapareceu ao seu nível para mudar a história da prova. "Vimos que estava toda a gente muito desgastada e concluímos que não perdíamos nada em arriscar. A equipa fez tudo para ganhar, houve um grande trablho de Scarpone, por exemplo, e jogámos tacticamente. Sem uma grande equipa, não se pode ganhar uma Grande Volta", resumiu Alexander Vinokourov, director da Astana.

A versão de Nibali é semelhante, com a vantagem de ser apresentada pelo herói do dia: "Depois da etapa de ontem, entendi que poderia ter hipóteses. Quando passámos os 1800m, estava bem e esperei pelo final para atacar. Fizemos um grande trabalho, numa equipa formidável. Foi um Giro que esteve quase perdido, muito duro, porque eu era o principal adversário para todos e o que aconteceu nos últimos dias faz com que a vitória seja ainda mais bonita".

Classificações
20.ª etapa
1. Rein Taaramaee (Estónia / Katusha): 4:22:43" 
2. Darwin Atapuma (Colômbia / BMC Racing) +52"
3. Joe Dombrowski (E.U.A. / Cannondale) +1:17"
4. Mikel Nieve (Espanha / Team Sky) +4:12"
5. Alexander Foliforov (Rússia / Gazprom) +4:36"
6. Vincenzo Nibali (Itália / Astana) +6:44"
7. Alejandro Valverde (Espanha / Movistar) +6:57"
8. Rigoberto Uran (Colômbia / Cannondale) +6:57"
9. Giovanni Visconti (Itália / Movistar) +7:46"
10. Rafal Majka (Polónia / Tinkoff) +8:06"

Geral individual
1. Vincenzo Nibali (Itália / Astana): 82:44:31" 
2. Esteban Chaves (Colômbia / Orica) +52"
3. Alejandro Valverde (Espanha / Movistar) +1:17"
4. Steven Kruijswijk (Holanda / LottoNL) +1:50"
5. Rafal Majka (Polónia / Tinkoff) +4:37"
6. Bob Jungels (Luxemburgo / Etixx - Quick-Step) +8:31"
7. Rigoberto Uran (Colômbia / Cannondale) +11:47"
8. Andrey Amador (Costa Rica / Movistar) +13:21"
9. Darwin Atapuma (Colômbia / BMC Racing) +14:09"
10. Kanstantsin Siutsou (Bielorrússia / Dimension Data) +16:29"