Muguruza vai “colidir” com Venus na final

A norte-americana de 37 anos bateu o recorde da irmã, ao ganhar o 87.º encontro em Wimbledon.

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Reuters/ANDREW COULDRIDGE

Só uma tenista conseguiu este ano estar em duas finais do Grand Slam: Venus Williams. Depois de perder a final do Open da Austrália para a irmã Serena, a norte-americana de 37 anos é a mais velha finalista do torneio de Wimbledon desde Martina Navratilova, em 1994. A compatriota de Venus perdeu esse derradeiro encontro com a espanhola Conchita Martínez, actual treinadora da outra candidata ao título, Garbiñe Muguruza, finalista também em 2015. A experiência de nove finais em Wimbledon e o nível a que está a jogar Venus pode contrabalançar com a enorme confiança de Muguruza.

“Já joguei muitas finais aqui antes, sinto-me abençoada. Não posso pedir mais, mas quero um pouco mais”, disse Venus, depois de assegurar a presença na final de Wimbledon pela nona vez, primeira em oito anos, ao derrotar a esperança bitânica Johanna Konta (7.ª), por 6-4, 6-2. A quantidade de primeiros serviços, dos quais sete ases, escondeu a fragilidade da segunda bola de Konta: sete pontos ganhos em 21 (33% contra 65% da adversária). Venus, com somente um ás mas apenas 13 pontos perdidos em nove jogos de serviço, acabou por ser a mais eficaz.

Mesmo assim foi Konta a primeira a dispor de break-points, a 4-4 (15-40), mas a norte-americana anulou-os. Este seria o ponto de viragem da meia-final. Konta não aproveitou o primeiro serviço e viu-se rapidamente a 0-40, cedendo no segundo set-point. Venus não mais perdeu o controlo do encontro e, no terceiro jogo do segundo set, a história repetiu-se, quando Konta cedeu novamente o serviço. Quando serviu a 2-5, a britânica sentiu ainda mais a pressão, ainda salvou dois match-points, mas, no terceiro, Venus não desperdiçou e fechou em 1h13m.

Amanhã, Venus pode ultrapassar Serena — campeã na Austrália com 35 anos — como a mais velha vencedora de um Grand Slam na Era Open. “Sinto tanto a falta de Serena. Tentei jogar da mesma forma que ela, com a mesma coragem. Ela inspirou-me”, admitiu Venus que, para já, ultrapassou a irmã no número de encontros ganhos em Wimbledon: 87.

Garbiñe Muguruza (15.ª) será a apenas a segunda jogadora a defrontar as irmãs na final do mesmo torneio do Grand Slam, imitando Martina Hingis que defrontou Venus (1997) e Serena (1999), no Open dos EUA. A espanhola reencontrou a confiança que a levou à final de 2015 e ao triunfo em Roland Garros, em 2016.

“Estava super-confiante e tudo correu bem. Como já estive nesta situação, sei lidar melhor com este tipo de encontros”, explicou Muguruza, após dominar a eslovaca Magdalena Rybarikova (87.ª), com um duplo 6-1, em 1h04m. “Vou estar pronta”, adiantou a hispano-venezuelana.     

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