Venus mantém-se em órbita ganhadora

Derrota de Simona Halep nos quartos-de-final em Wimbledon empurra Pliskova para o primeiro lugar do ranking.

Foto
Reuters/TONY O'BRIEN

Venus Williams pisou a relva do All England Club pela primeira vez em 1997, poucos dias depois de a recém-sagrada campeã de Roland Garros, Jelena Ostapenko, ter nascido. Três anos mais tarde, conquistou o primeiro de cinco títulos em Wimbledon e o último em 2008 (e mais seis em pares). A irmã Serena foi-se intrometendo na luta pelos grandes títulos, mas os problemas de saúde (síndroma de Sjogren) acabaram por esvaziar a rivalidade. Mas Venus nunca pensou em abandonar o ténis e, apesar de condicionada por uma doença auto-imune, continuou a treinar-se o melhor que podia. No court central, outrora a sua segunda casa, Venus foi ofuscando as jovens estrelas que se foram atravessando no caminho. E diante de Ostapenko, a terceira adversária consecutiva nascida em 1997, confirmou que, aos 37 anos, é ainda uma campeã no activo.

“Adoro este desporto. Tento mesmo muito dar o meu melhor e é essa a razão por que ainda estou aqui a vencer encontros”, explicou Venus à saída do court, após derrotar a letã de 20 anos, por 6-3, 7-5, a sua 86.ª vitória em singulares em Wimbledon, igualando o recorde de Serena, campeã em Wimbledon nas duas últimas edições. “A competição permite crescer e temos de ser melhores se queremos ser relevantes”, frisou a mais velha semifinalista no torneio britânico desde Navratilova, em 1994.

Ostapenko deu sequência ao triunfo em Roland Garros, surgindo nos quartos-de-final, mas, apesar de uma boa reacção de 1-3 para 4-3 no segundo set, viu a série de 11 encontros ganhos no Grand Slam travada pela potência e eficácia do serviço da norte-americana. “Não pude jogar da forma que queria, ela serviu tão bem, sempre a colocar pressão”, reconheceu Ostapenko.

A também maior experiência de Venus foi notória na parte decisiva do segundo set, quando se viu a 4-5 (15-30) e em que serviu a grande nível para igualar e fazer o break no jogo seguinte. Na 10.ª meia-final em Wimbledon em 20 presenças, Venus vai defrontar Johanna Konta, a primeira semifinalista britânica desde Viriginia Wade, em 1978 — um ano depois de conquistar o título.

“A idade não é um factor para ela, é uma enorme campeã. Sinto-me humilde e entusiasmada por partilhar novamente o court com ela”, disse Konta (7.ª), após vencer Simona Halep (2.ª), por 6-7 (2/7), 7-6 (7/5) e 6-4. Com a derrota de Halep, será Karolina Pliskova, eliminada na segunda ronda, a 23.ª nova líder do ranking feminino que será divulgado na segunda-feira, juntando-se a Kim Clijsters, Amélie Mauresmo, Jelena Jankovic, Dinara Safina e Caroline Wozniacki, que chegaram a número um sem antes conquistar um título do Grand Slam — Clijsters e Mauresmo conquistaram mais tarde.

A outra meia-final vai opor Garbiñe Muguruza (14.ª) a Magdalena Rybarikova (87.ª). A espanhola eliminou Svetlana Kuznetsova (7.ª), por 6-3, 6-4, enquanto Rybarikova ultrapassou Coco Vandeweghe (25.ª) num encontro a dois tempos. A eslovaca de 28 anos comandava no court n.º1, por 6-3, 2-2, quando a chuva interrompeu. No reatamento, já no court central com o tecto fechado, Rybarikova fechou com um duplo 6-3, para alcançar a primeira meia-final do Grand Slam na carreira.

No único encontro dos oitavos-de-final que não se realizou na segunda-feira, Novak Djokovic (4.º) dominou Adrian Mannarino (51.º), com os parciais de 6-2, 7-6 (7/5) e 6-4, e vai discutir, na quarta-feira, um lugar nas meias-finais com Tomas Berdych (15.º).     

Sugerir correcção
Comentar