Uma Vuelta para dois: Froome bate Quintana

Em Pena Cabarga, Froome voltou a mostrar que não tem pena de ninguém e venceu a sua segunda etapa na Vuelta.

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Chris Froome festeja à chegada, depois de uma subida notável JEAN-PAUL PELISSIER/REUTERS

Chris Froome (Sky) venceu a 11.ª etapa da Volta a Espanha, na subida a Pena Cabarga. Depois de ter vencido, neste local, em 2011 (a sua primeira vitória como ciclista profissional), o britânico bateu Nairo Quintana (Movistar), nos metros finais, mostrando que ainda está na luta pela vitória na Volta a Espanha. Numa etapa calma, a emoção ficou guardada para os quilómetros finais, em que os dois maiores protagonistas desta Vuelta deram espectáculo e ninguém teve pernas para acompanhar Froome e Quintana.

A seis segundos do duo de favoritos à vitória final, chegou Alejandro Valverde (Movistar), acompanhado de Leopold Konig (Sky) e Alberto Contador (Tinkoff). Na classificação geral não se registaram alterações significativas.

Quilómetros de "paz", com muita dureza na ponta final

Os 168,6 quilómetros da 11.ª etapa da Volta a Espanha ligaram dois lugares com história. A partida foi no Museu Jurássico, em Colunga, um lugar dedicado à Era dos dinossauros. A chegada foi em Pena Cabarga, já na região de Cantabria, numa zona cheia de riqueza natural e cultural, que faz as delícias dos turistas.

Com belos monumentos e paisagens no percurso, a etapa trouxe a “receita” habitual: etapa plana, durante muitos quilómetros, com um autêntico “muro”, na parte final. E muro será mesmo a palavra ideal para classificar uma subida com inclinação média de quase 10%, durante “apenas” 5,6 quilómetros, mas que chega a ter zonas com mais de 18% de inclinação.

Depois da memorável etapa dos Lagos de Covadonga e de um dia de descanso, chegou uma etapa “traiçoeira”. Nem todos os corredores reagem bem a um dia sem competição e a jornada de hoje poderia trazer surpresas. Depois de três anos de ausência, a subida de Pena Cabarga volta a ser palco da discussão da Vuelta. Foi neste local que Chris Froome ganhou a sua primeira etapa como ciclista profissional, arrebatando a 17.ª etapa da Vuelta 2011, depois de uma grande “batalha” com Juan José Cobo.

No início da etapa, apesar das muitas tentativas, apenas perto do quilómetro 50 um grupo conseguiu isolar-se. Esta fuga tinha 23 elementos, entre os quais Tiago Machado, Zdenek Stybar, Pierre Rolland e David Arroyo.

O grupo da frente chegou a ter quase cinco minutos de vantagem para um pelotão onde já não estava José Gonçalves. Aquela que era, possivelmente, a maior esperança de uma vitória portuguesa neste Vuelta abandonou a prova, a cerca de 80 quilómetros da meta.

No início da subida final, os fugitivos já tinham apenas 20 segundos de vantagem para o pelotão. A três quilómetros do final da etapa, o pelotão “engoliu” Bem Hermans, o último fugitivo a resistir ao ritmo forte da Movistar.

Uma Vuelta para dois

Sem fugitivos e com os ciclistas mais fortes na cabeça do pelotão, estava o "palco" montado para o espectáculo, na subida a Pena Cabarga. O primeiro a atacar foi Esteban Chaves, com uma investida fortíssima, a dois quilómetros da meta. Ninguém respondeu e o colombiano da Orica chegou a ter uma vantagem que parecia confortável e suficiente para vencer a tirada e dar à Colômbia a segunda vitória consecutiva na Vuelta, depois da vitória de Quintana, nos Lagos de Covadonga.

Konig e Valverde chegaram-se à frente do pelotão e impuseram um ritmo mais forte, para abrir caminho para os seus líderes. Quintana atacou, acompanhado por Froome, apanharam um Chaves em quebra e deixaram para trás um Contador indefeso. O britânico e o colombiano mostraram que são os ciclistas em melhor forma, nesta prova.

A 500 metros da meta, Chris Froome contra-atacou, mas não conseguiu livrar-se do camisola vermelha, que pareceu sempre confortável como ritmo de Froome. O britânico acabou por ser mais forte na ponta final e conseguiu a sua segunda vitória na Vuelta. 

Nesta quarta-feira, a Vuelta terá uma etapa com quatro contagens de montanha, entre Los Corrales de Buelna e Bilbao.

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