Benfica tenta os "quartos" da Champions pela 18.ª vez. Veja como foi nas outras 17

Benfica tenta 18.ª presença entre os oito melhores da Europa. O PÚBLICO revisita as passagens dos "encarnados" por esta fase, primeiro na Taça dos Campeões, depois na Champions.

Fotogaleria
Beto e Deco no Benfica-Barcelona de Março de 2006 Miguel madeira/Arquivo
Fotogaleria
Gaitán e Paulo Ferreira, no Benfica-Chelsea, 2012 Nuno Ferreira Santos
Fotogaleria
Jonas num dos jogos da época passada com o Bayern Munique REUTERS/Michaela Rehle

O longo passado do Benfica nas competições europeias também se mede a partir de presenças nos quartos-de-final da mais importante prova continental de clubes. No dia em que os "encarnados" tentam voltar ao lote dos oito melhores da Europa, o PÚBLICO recupera o essencial desses 17 embates repartidos entre Taça dos Campeões Europeus e Liga dos Campeões.

1960-61, Aarhus (Dinamarca)

Foi uma era de glória para o clube. No ano do seu primeiro troféu da Taça dos Campeões Europeus, o obstáculo que separava o Benfica das meias-finais era o Aarhus, da Dinamarca. Na primeira mão, em Lisboa, as "águias" venceram por 3-1, confirmando a sua supremacia com novo triunfo no NRGi Park, por 4-1. José Augusto e José Águas assumiram a despesa de quase todos os golos, marcando ambos por três vezes no conjunto das duas mãos. Estava dado o penúltimo passo do Benfica rumo ao título continental.

1961-62, Nuremberga (Alemanha)

O caminho para o bicampeonato europeu teve uma paragem obrigatória em Nuremberga, no dia 1 de Fevereiro de 1962. A eliminatória complicou-se com um triunfo dos alemães, por 3-1, mas não ficou fechada. Na segunda mão, no Estádio da Luz, uma goleada por 6-0, com um bis de Eusébio e outro de José Augusto, decidiram a questão a favor do campeão português, que seguiu em frente de forma autoritária para voltar a conquistar o título continental, numa final épica frente ao Real Madrid, que se saldou por um triunfo por 5-3.

1962-63, Dukla Praga (Checoslováquia)

Foi Mário Coluna o grande impulsionador do apuramento do Benfica para as meias-finais da Taça dos Campeões 1962-63. Frente ao Dukla de Praga, o capitão e estratega do futebol "encarnados" fez os dois golos do triunfo obtido em Portugal 2-1, resultado que se revelou suficiente para a equipa seguir em frente, depois de um empate sem golos na Checoslováquia, na segunda mão. Nessa edição, o conjunto lisboeta cairia na final, em Londres, aos pés do Milan (2-1).

1964-65, Real Madrid (Espanha)

Poderia muito bem ter sido o embate da final da prova, mas Benfica e Real Madrid encontraram-se, em 1964, nos quartos-de-final. Na primeira mão, uma surpreendente goleada por 5-1 deixou as "águias" em posição privilegiada para alcançar a qualificação. A derrota averbada em Espanha, por 1-2, não impediu, por isso, a formação treinada pelo romeno Elek Schwartz de seguir em frente, uma vez mais até à final. No encontro decisivo, em Itália, os "encarnados" sucumbiriam perante o Inter (1-0).

1965-66, Manchester United (Inglaterra)

Uma derrota pela margem mínima em Old Trafford e um desaire copioso no Estádio da Luz. Foi assim que o Benfica de Bela Guttmann, na segunda passagem do técnico húngaro por Lisboa, foi eliminado nos quartos-de-final da edição de 1965-66, com um 2-3 em Inglaterra e um 1-5 em Portugal. Nessa derrota pesada sofrida no seu recinto, os "encarnados" só conseguiram o ponto de honra através de um autogolo de Dunne, aos 51'.

1967-68, Vasas (Hungria)

Na viagem rumo a mais uma final da Taça dos Campeões Europeus, o Benfica cruzou-se com os húngaros do Vasas numa altura em que os magiares davam cartas no futebol. No Nepstadion, em Budapeste, registou-se um nulo, quebrado pelo 3-0 da segunda mão, com dois golos de Eusébio e um de Torres. 

1968-69, Ajax (Holanda)

Não bastaram dois jogos para decidir qual dos dois merecia dar um passo em frente, se o Ajax ou o Benfica. No primeiro embate, em Amesterdão, os "encarnados" pareciam ter encaminhado a eliminatória, ao vencerem por 3-1, mas os holandeses devolveram a "cortesia" na segunda mão, com dois golos de Johan Cruijff, em apenas três minutos. No desempate, realizado em campo neutro, em Paris, o craque holandês voltaria a marcar, mas foi Danielsson (autor de dois golos) quem mais se destacou no triunfo do Ajax por 3-0.

1971-72, Feyenoord (Holanda)

Um adversário holandês novamente no caminho do Benfica nos quartos-de-final. Em Roterdão, as "águias" não se atemorizaram com uma derrota por 0-1 e deram a volta ao texto em Lisboa, de forma autoritária: 5-1, com um hat-trick de Nené. O percurso europeu nessa época terminaria na eliminatória seguinte, frente... ao Ajax, que acabaria por conquistar a competição.

1975-76, Bayern Munique (Alemanha)

Com Mário Wilson no banco, o Benfica precisava de ter feito bem mais na primeira mão, frente ao Bayern Munique, para poder aguentar o impacto da segunda partida. O 0-0 registado na Luz foi demasiado curto perante a reação bávara, que resultou numa derrota por 1-5 para os "encarnados", num jogo em que Durnberger (50' e 56') e Muller (73' e 83') se destacaram pela eficácia na finalização.

1977-78, Liverpool (Inglaterra)

O primeiro capítulo do braço-de-ferro com o Liverpool, nos quartos-de-final, sorriu aos ingleses. Na Luz, uma derrota por 1-2, antes de uma deslocação a Anfield para um novo desaire, então mais pesado: 4-1. No Benfica, foi Nené quem amenizou um pouco a dimensão da desilusão, ao marcar os dois golos portugueses na eliminatória.

1983-84, Liverpool (Inglaterra)

Não foi muito diferente o segundo "assalto" com os "reds" no círculo dos oito melhores da Europa. Novamente duas derrotas, ainda que por número diferentes: em Inglaterra por 1-0 e em casa por 1-4. Quem marcou o ponto de honra dos "encarnados"? Nené, pois claro, que enfrentou na baliza inglesa o carismático Bruce Grobelaar.

1987-88, Anderlecht (Bélgica)

O regresso às finais europeias passou pela Bélgica, onde o Benfica segurou a vantagem obtida em Portugal duas semanas antes. Depois de um triunfo 2-0, com golos de Magnusson e Chiquinho Carlos, as "águias" - comandadas por Toni - perderam por 1-0 em Bruxelas e sobreviveram à eliminatória, tal como sobreviveriam às meias-finais. Na final, o desempate por grandes penalidades, frente ao PSV, em Estugarda, acabou por deixar um amargo de boca a Veloso.

1989-90, Dnipro (URSS)

Um bom resultado a Luz e um excelente resultado na União Soviética colocaram o Benfica, versão Sven-Goran Eriksson, novamente no trilho de uma final europeia. O Dnipro perdeu em Lisboa por 1-0 e em casa por 3-0, numa partida em que o brasileiro Lima marcou por duas vezes. Na final, em Viena, os "encarnados" não conseguiriam fazer golos ao Milan, que, com um remate certeiro de Rijkaard, assegurou que mais um título viajaria para Itália.


07.03.1990 - 1989-1990 European Champion Clubs... por macanilari

1994-95, Milan (Itália)

As más recordações do Benfica na sua relação desportiva com o Milan estenderam-se à época 1994-95. Os italianos, sob as ordens de Fabio Capello, ganharam a eliminatória em Milão, com um triunfo por 2-0 (Marco Simone marcou por duas vezes), aguentando depois o nulo no segundo jogo para seguirem em frente.

2005-06, Barcelona (Espanha)

Mais de uma década depois dos quartos-de-final anteriores, o Benfica voltava, pela mão de Ronald Koeman, a uma fase adiantada da competição. Pela frente tinha o Barcelona de Ronaldinho, com o qual empatou na primeira mão, na Luz, sem golos. No segundo encontro, num Camp Nou repleto, o astro brasileiro ainda falhou um penálti mas acabou por redimir-se pouco depois, marcando o primeiro golo de um triunfo por 0-2, confirmado a dois minutos do final.

2011-12, Chelsea (Inglaterra)

Kalou complicou, e de que maneira, a tarefa do Benfica, ao marcar o único golo do encontro da primeira mão, disputado em Lisboa. Esse remate colocava o Chelsea em vantagem na eliminatória, uma vantagem que se avolumou com um golo de Lampard no segundo jogo, em Londres, e com a expulsão de Maxi Pereira, ainda antes do intervalo. Com dez unidades, os "encarnados" ainda assustaram com um golo de Javi García, ao qual Raul Meireles respondeu fixando o 2-1 final.

2015-16, Bayern Munique (Alemanha)

Um golo madrugador de Arturo Vidal, logo aos 2', em Munique, fazia temer o pior, mas o Benfica aguentou-se e discutiu a eliminatória até ao final. A esse desaire por 1-0 na Alemanha, a equipa treinada por Rui Vitória respondeu com um empate (2-2) em Lisboa e com uma exibição que arrancou elogios a Pep Guardiola. Essa prestação não foi, porém, suficiente para evitar a eliminação.

Foto
Jonas num dos jogos da época passada com o Bayern Munique REUTERS/Michaela Rehle
Sugerir correcção
Ler 1 comentários