A Associação Europeia de Clubes (EAC) anunciou esta terça-feira, em Atenas, ter chegado a acordo com a UEFA para a reforma das competições europeias de clubes, colocando assim termo ao projecto de criação de uma Superliga.

"Penso que estamos completamente de acordo no que diz respeito à reformulação da Liga dos Campeões e da Liga Europa para o ciclo 2018-2021", referiu o presidente da EAC, Karl-Heinz Rummenigge, à saída de uma reunião com o director de competições da UEFA, Giorgio Marchetti.

Karl-Heinz Rummenigge, também presidente do campeão alemão Bayern Munique, manifestou-se satisfeito com o projecto de reforma competitiva, já discutido por 155 representantes dos clubes em sede da EAC, e pela renovação dos laços com a UEFA. "Estamos felizes em permanecer sob a égide da UEFA e em participar na reforma das competições, que é um desejo nosso. Como sequência deste acordo, não há nenhuma discussão sobre o tema Superliga", referiu.

As alterações a introduzir na Liga dos Campeões, ainda de acordo com Rummenigge, visam tornar a prova mais cativante e competitiva e a reforma irá beneficiar, principalmente, as equipas médias e não apenas os maiores clubes.

Marchetti já tinha rejeitado na quinta-feira a ideia de criar uma Superliga europeia com 20 clubes, embora tivesse admitido a necessidade de rever o formato competitivo das provas organizadas sob a égide da UEFA.

Entre as reformas já aprovadas em Dezembro de 2016 pela UEFA para o ciclo 2018-2019 da Liga dos Campeões, destaca-se a qualificação directa de quatro equipas dos quatros campeonatos europeus com o melhor ranking.

Frontalmente contra alargamento no Mundial

Já o aumento de 32 para 48 selecções participantes na fase final do Mundial em 2026, assumido em votação no passado mês de Janeiro, mereceu duras críticas de Rummenigge, que classificou a decisão de inaceitável. A EAC, que representa 220 clubes, opõe-se veementemente à medida, argumentando que existem problemas de transparência neste processo.

“A nossa posição é bastante clara. Estamos descontentes com um aumento de 50% de selecções participantes”, declarou o antigo avançado alemão, que considera “inaceitáveis” tais medidas.

“Estão a usar os nossos jogadores em proveito do Mundial e temos todo o direito de encontrar uma solução”, sustenta Rummenigge, em sintonia com os grandes emblemas europeus, desagradados com a possibilidade de terem que prescindir por um período ainda mais dilatado dos seus profissionais.

“Chegámos a um ponto em que os futebolistas têm que disputar demasiados jogos”, adverte, face às exigências do calendário internacional de clubes e selecções. “As organizações deveriam pensar mais no futebol e menos em questões financeiras e políticas”, acusa.