O jogo 400 de Rui Patrício foi bem mais que uma homenagem

Foi graças a uma grande exibição do seu guarda-redes e ao golo de Alan Ruiz que o Sporting conseguiu bater um Rio Ave que mostrou personalidade em Alvalade.

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Alan Ruiz cumprimentado pelos companheiros de equipa LUSA/MIGUEL A. LOPES

Passaram-se 11 anos desde um certo jogo na Madeira em que um rapaz de 18 anos se estreou num lugar que já foi de gente tão ilustre como Azevedo, Vítor Damas ou Peter Schmeichel. Foi uma estreia de sonho para esse rapaz de Marrazes, que defendeu um penálti e garantiu uma vitória. Neste sábado, Rui Patrício fez o jogo 400 na baliza do Sporting e foi tão decisivo frente ao Rio Ave, em Alvalade, como tinha sido em 2006 frente ao Marítimo. Defendeu tudo e fez com que o golo de Alan Ruiz valesse três pontos aos “leões” neste jogo da 22.ª jornada, garantindo que, pelo menos, não irão ficar mais longe dos rivais que estão à sua frente.

Mesmo tendo apenas um jogo por semana, Jesus vai mexendo bastante nas opções e este sábado não foi excepção. Ficaram de fora, em relação a Moreira de Cónegos, Ruben Semedo e Bryan Ruiz, entraram Paulo Oliveira e Jefferson, adiantando-se Bruno César para o lado esquerdo do ataque. No Rio Ave, que tinha sido o responsável pela primeira derrota do Sporting no campeonato (ainda com Capucho no banco), a estratégia de Luís Castro passava por entregar as despesas do ataque aos rapidíssimos Gil Dias e Ruben Ribeiro nas alas e ao mais posicional Gonçalo Paciência.

Jesus tinham razão quando dizia na antecipação do jogo que o Sporting precisava de ser uma equipa de jogo inteiro e não apenas de segundas partes. Como acontecera no Dragão e em Moreira de Cónegos, os “leões” entraram mal no jogo e não é favor nenhum dizer que o Rio Ave podia ter marcado dois ou três golos na primeira parte. Não o fez graças a um homem que ocupa a baliza do Sporting há dez anos. Rui Patrício foi o herói antes e depois do golo, ele que se tinha mostrado falível nos jogos anteriores, mas que foi absolutamente decisivo.

Depois de um livre de algum perigo de Adrien Silva logo aos 4’, o Rio Ave carregou nos pontos fracos do Sporting e quase foi feliz. Dias e Ribeiro iam, à vez, infernizando a vida a Jefferson e Schelotto e criavam pânico total na defensiva “leonina”. Entre os 11’ e os 16’, foram três as vezes em que o Rio Ave esteve muito perto do golo. Aos 11’, foi Gil Dias, aos 13’ Krovinovic e, aos 16’, Gonçalo Paciência. Em todas as vezes, foi o senhor 400 a evitar que o Sporting tivesse de correr atrás do prejuízo.

Sem grande estabilidade defensiva, um pecado que o Sporting não cometeu desta vez foi a finalização. Teve uma oportunidade e marcou um golo. Tudo começa numa insistência de William, que ganha uma bola a Gil Dias e cavalga em direcção à grande área. A bola vai parar a Gelson Martins, que faz um primeiro remate defendido por Cássio e, na recarga, Alan Ruiz faz o 1-0. Foi o terceiro jogo consecutivo a marcar para o argentino, que se assume como o parceiro ideal para Bas Dost. Ainda lhe falta velocidade e pulmão, mas está a fazer por merecer o lugar.

Depois de Ruiz, o jogo voltou a ser de Patrício. Aos 21’, na sequência de um canto, a bola chega a Ruben Ribeiro, que remata com perigo e, aos 25’, é o extremo vila-condense a tentar concretizar um contra-ataque perigosíssimo. Rui Patrício, mais duas vezes, estava no caminho da bola.

O jogo ainda teve mais 65 minutos, mas a sua história conta-se nos primeiros 25. Na compensação, o Rio Ave ainda meteu a bola na baliza, mas Roderick estava fora-de-jogo. O Sporting respirou de alívio e celebrou justamente o herói da sua baliza.     

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