Sporting joga época contra um FC Porto em pré-temporada

O Porto piorou desde a saída de Lopetegui. O substituto Peseiro quis romper com os métodos do basco e implementar as suas ideias, sem qualquer tipo de reciclagem de princípios anteriores. A eficácia nos momentos de transição defensiva, devido ao jogo posicional forte, não se manteve. A vertigem ofensiva actual apanha muitas vezes os jogadores (mais gritantemente os laterais) fora das posições e expõe muito a equipa (elevado espaço entre linhas média/defensiva e “costas” desprotegidas de compensações). Danilo a central retira o equilíbrio essencial para a posição “6”, recentemente devolvida a R. Neves (mais permeável). Vejo o jovem a crescer melhor como “8”, adiantando-se perenemente para a sua hábil variação do centro de jogo e certeiro pontapé. Nesta “pré época”, Peseiro está a tentar reabilitar alguns jogadores para o futuro. José Ángel, a quem os gritos do técnico têm ajudado muito, já recuperou alguma confiança e tem apoiado bem o ataque (aguenta melhor a posição e cruza com qualidade). Varela, finalmente resgatado, é o portista mais versátil na faixa. Dá primazia ao colectivo devido à sua inteligência técnico/táctica, é mais disciplinado e poderá compensar a “avalanche” ofensiva Maxi. Em comparação com Brahimi tem menos magia, mas mais critério nos movimentos.

A principal força do Sporting está na articulação do trio William (posicionalmente mais fixo, cobrindo a largura ou recuando em apoio aos centrais), Adrien (pressão/recuperação/condução/passe) e João Mário (interligação verticalidade/jogo interior. Ao avançado (cada vez mais móvel) Slimani, junta-se a procura da zona morta de Ruiz para último passe (de morte) e as desmarcações para remate na passada de Teo (por fim enquadrado nas dinâmicas globais). Coates veio dar mais estabilidade ao eixo defensivo, controla muito bem a profundidade e o espaço aéreo, aliando uma qualidade no passe que permite segurança na construção a partir de trás. A principal preocupação é a recuperação de Jefferson, visto que, pela ala esquerda, nem B. César ou Marvin têm a mesma cadência e precisão nos centros.    

Jesus defende a nota artística das exibições como prova de que comanda a melhor equipa. Tem a oportunidade de provar a veracidade das suas considerações, mesmo que no final a qualidade de jogo não seja titulada. Aos portistas resta apelar ao profissionalismo dos futebolistas cujo foco deverá apontar já para um novo ciclo de conquista.

 

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