Só o Liverpool separa o Sevilha do "tri" na Liga Europa

Andaluzes chegam à final da prova pela terceira época consecutiva. "Reds" regressam às decisões na UEFA, nove anos depois.

O momento do golo do Liverpool
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O momento do golo do Liverpool Oli Scarff/AFP
Kevin Gameiro, o homem do jogo em Sevilha
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Kevin Gameiro, o homem do jogo em Sevilha Paul Hanna/Reuters

Estão encontrados os dois finalistas da edição 2015-16 da Liga Europa. O Sevilha vai discutir o troféu, no último jogo, pela terceira época consecutiva, enquanto o Liverpool regressa a uma final da UEFA nove anos depois. Para este desfecho concorreram os triunfos caseiros dos andaluzes (3-1 sobre o Shakhtar Donetsk) e dos ingleses (3-0 sobre o Villarreal) na segunda mão da eliminatória. 

Começou a desenhar-se cedo a reviravolta em Anfield Road. O Liverpool entrava em campo com um golo de desvantagem (0-1), que ficou rapidamente anulado quando Bruno Soriano, inadvertidamente, empurrou a bola para a própria baliza. O contexto foi este: cruzamento de Clyne no lado direito, desvio do guarda-redes Aréola (titular no lugar de Asenjo) para o lado esquerdo, novo cruzamento e Sturridge a atrapalhar o médio do Villarreal antes do golo.

O Liverpool era dono e senhor do jogo, encontrando sempre espaço para manobrar no fosso que se cavava entre as linhas média e avançada do 4x4x2 dos espanhóis. E James Milner funcionava como maestro e pulmão de um meio-campo sempre em alta rotação, que voltou a criar uma oportunidade de golo com um passe para Lallana, já na área, rematar cruzado para fora.

Sem conseguir sair com critério e, consequentemente, sem conseguir engatar as transições ofensivas através da velocidade de Denis Suárez e Bakambu, o Villarreal foi pouco mais que inofensivo. Mesmo no segundo tempo, continuava a ser o Liverpool a comandar, acabando por chegar ao 2-0, aos 63', por Sturridge. O golo foi do elemento mais avançado dos "reds", mas a assistência magistral foi de Firmino, que se exibiu sempre a um nível muito alto.

Foi do brasileiro, de resto, mais de 90% do terceiro golo dos anfitriões. Depois de um slalom individual pelo lado esquerdo do ataque, fez um passe para a zona central, onde surgiu Lallana, de costas para a baliza, a desviar com subtileza.

O Liverpool assegurava a presença em Basileia, a 18 de Maio, repetindo o acesso a uma final europeia, algo que não acontecia desde 2007, quando perdeu com o Milan na Liga dos Campeões (2-1). Na Liga Europa, os britânicos não atingiam a final desde 2001, ano em que venceram o Alavés por 5-4, no prolongamento.

O troféu vai ser discutido com o habituée Sevilha, o clube mais titulado da competição (quatro triunfos). Com mais este apuramento, os andaluzes tornam-se na primeira equipa a chegar por três vezes seguidas à final da Liga Europa e têm a possibilidade de alcançar o troféu também pela terceira vez consecutiva.


No Estádio Sánchez Pizjuán, os anfitriões tiveram um arranque promissor, inclinando ainda mais uma eliminatória em que já estavam em vantagem, depois do 2-2 obtido na Ucrânia. Aos 9', o médio defensivo Malyshev cometeu um erro infantil, ao deixar fugir a bola num momento em que era o elemento mais recuado, e Kevin Gameiro aproveitou. Fez um raide individual rumo à baliza e assinou o 1-0.

Os andaluzes, dispostos em 4x2x3x1, controlavam as operações, sem grande pressão sobre o portador da bola mas ocupando bem os espaços. E numa das poucas ocasiões em que não o fizeram, sofreram o empate. Mérito para Marlos, um dos criativos do Shakhtar Donetsk, que fez uma diagonal interior, atraiu a marcação e isolou Eduardo. O avançado croata, com frieza, desviou do guarda-redes David Soria, aos 44'.

Durou apenas o intervalo a igualdade no marcador, porque, logo no reatamento, aos 47', Kevin Gameiro marcou o sétimo golo nos oito jogos que já realizou na prova. A jogada começou em Banega, passou pelos pés de Krychowiak e terminou com o luso-descendente a contornar Pyatov e a marcar o 2-1.

Embalado pelo golo, o Sevilha não abrandou. Mesmo sem forçar demasiado, foi continuando a rondar a grande área ucraniana e chegou ao 3-1 aos 59', graças a Mariano. O lateral direito subiu pelo seu flanco e arriscou um pontapé de fora da área, que só terminou junto ao poste mais distante da baliza.

Era a sentença definitiva na eliminatória e a prova de que os andaluzes são verdadeiros especialistas na segunda competição de clubes da UEFA. Em Basileia, tentarão repetir, frente a um adversário inglês, o que fizeram na primeira final que atingiram, em 2005-06. Nessa altura, a vítima foi o Middlesbrough, num dos jogos mais desnivelados na história da prova (4-0).

 

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