Sindicato dos Jogadores defende "tolerância zero" com viciação de resultados

Posição do sindicato vem no seguimento da detenção de cinco futebolistas e um membro dos Super Dragões por serem suspeitos de participar em viciação de resultados.

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Cinco futebolistas foram detidos no âmbito da Operação Jogo Duplo Rui Gaudencio

O Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF) defendeu esta quarta-feira "tolerância zero" relativamente à viciação de resultados no futebol (match fixing), um fenómeno que ameaça "a integridade das competições".

"A nossa posição é clara: tolerância zero. Os resultados combinados são um fenómeno à escala global que ameaçam a integridade das competições e colocam em causa os valores do desporto", acentuam, em comunicado.

Em declarações à agência Lusa, fonte policial indicou esta quarta-feira que cinco futebolistas e um membro da claque Super Dragões, afecta ao FC Porto, são os seis detidos no âmbito da Operação Jogo Duplo, que investiga viciação de resultados no futebol.

A mesma fonte revelou que, à época dos factos, três jogadores representavam o Oriental, um o Penafiel e outro o Académico de Viseu, acrescentando que as acções investigadas dizem respeito sobretudo à época 2014/15, mas também à temporada 2015/16, durante as quais estes clubes alinharam na II Liga de futebol.

Segundo a mesma fonte, estas detenções e a constituição de outros oito arguidos estão relacionadas com uma rede asiática de viciação de resultados, nomeadamente com ligações a empresários malaios.

"A classe dos jogadores não se revê nestas práticas. Temos consciência da sua dimensão, mas o comportamento de alguns não pode colocar em causa todos. É por isso que as autoridades (...) devem ser céleres e eficientes. Levar até às últimas consequências os processos e punir exemplarmente os culpados", acrescenta o SJPF.

Em comunicado divulgado esta quarta-feira, a PJ adianta que esta investigação surge no seguimento da primeira fase da Operação Jogo Duplo, na qual, em Maio de 2016, foram detidas 15 pessoas e realizadas 31 buscas.

A investigação decorre há cerca de um ano e tem como objecto o fenómeno da corrupção no desporto como instrumento do match fixing de competições oficiais de futebol.

Na segunda fase da Operação Jogo Duplo, além dos seis detidos, a PJ efectuou 16 buscas domiciliárias em diversas localidades, nomeadamente Lisboa, Vila Franca de Xira, Ovar, Gaia, Porto, Fátima, Sesimbra, Loures, Santa Maria da Feira, Sanfins e Ermesinde e apreendeu diverso material relacionado com a prática da actividade criminosa.

Os seis detidos serão agora presentes ao primeiro interrogatório judicial no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa.

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