Sete anos depois de Henry, França e Irlanda querem uma história nova para contar

Franceses e irlandeses defrontam-se neste domingo em Lyon por um lugar nos quartos-de-final do Euro 2016.

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Treino da selecção francesa Robert Pratta/Reuters

Há contas futebolísticas a acertar entre França e República da Irlanda. Pelo menos é assim que pensam os irlandeses sobre o jogo deste domingo em Lyon, uma oportunidade para vingar a mão de Thierry Henry que empurrou os “bleus” para o Mundial 2010 e deixou a selecção irlandesa de fora. Do lado francês, o assunto está mais do que esquecido, até porque desse Mundial nada de bom viria para a França (guerras internas e eliminação na fase de grupos), a não ser o pretexto para recomeçar do zero.

A 18 de Novembro de 2009, França e Irlanda disputavam o segundo jogo do play-off de acesso ao Mundial 2010. Os irlandeses conseguiram anular a derrota da primeira mão (0-1 em Dublin) e levaram o jogo para prolongamento, um empate que seria desfeito por Gallas após a tal assistência com a mão de Henry. Didier Deschamps ainda não estava no banco francês nessa altura (era Domenech, que seria, depois substituído por Blanc) e diz que esse lance não terá influência no confronto de Lyon. “Quase nula. É história e queremos escrever uma história nova. No futebol, não há vinganças”, declarou o técnico francês

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Martin O’Neill, o treinador norte-irlandês da República da Irlanda, também não estava ainda no cargo (então ocupado por Giovanni Trapattoni), diz que são os franceses quem mais pensa no assunto. “Querem falar da mão de Henry? Acho que isso faz mais comichão à França. Estamos a esquecer-nos desse problema aos poucos”, refere o seleccionador irlandês, que prefere pensar em prolongar a aventura da Irlanda (e dos seus bem-dispostos adeptos) no Euro. Wes Holahan, veterano médio irlandês do Norwich, também não estava nesse jogo, mas quer mesmo vingança: “Estão a dever-nos uma.”

Deschamps estará, por certo, mais preocupado em recuperar a imagem dos “bleus”, que têm estado a exibir-se a um nível bastante mediano perante o seu público, com poucos golos e vitórias nos últimos minutos. A afirmação de Dimitri Payet, já com dois golos marcados, na selecção francesa tem sido uma das boas notícias para Deschamps durante o torneio. “Os estatutos são vocês que os dão e que os tiram. Estou muito contente com o Dimitri, porque ele tem sido decisivo e tem trabalhado para manter este nível de exibições”, diz o seleccionador francês, que fala dos irlandeses como “uma equipa generosa e com muito coração”.

É o coração e a generosidade que tem marcado o percurso da Irlanda neste Euro 2016. O triunfo no último minuto sobre a Itália colocou os irlandeses nos “oitavos” e, frente a um dos favoritos ao triunfo final, Martin O’Neill garante que a sua equipa está pronta, mesmo que com menos dias de descanso e com menos apoio do público no estádio: “É um adversário de qualidade que tem grandes jogadores na defesa, no meio-campo, no ataque… Mas os meus jogadores estão prontos.”

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