Sempre Federer

Graças a jogadores como Federer e Cilic o ténis está muito mais civilizado, tendo voltado as boas maneiras de outros tempos, que se julgavam perdidas para sempre.

Roger Federer pode ser o homem perfeito, até pelas imperfeições dele. Claro que chorei quando ele chorou, depois de ter sido o primeiro a ganhar Wimbledon oito vezes. E outra vez quando vi chorar Marin Cilic. Até parece que a lesão de Cilic tornou mais aceitável a derrota dele. Por causa da lesão e da valentia que ele demonstrou, o público de Wimbledon que adora Federer teve o fair play de torcer por Cilic. Graças a jogadores como Federer e Cilic o ténis está muito mais civilizado, tendo voltado as boas maneiras de outros tempos, que se julgavam perdidas para sempre.

O jogo em si foi necessariamente desequilibrado mas Federer não se poupou para tirar partido da fraqueza do adversário. Pelo contrário, aproveitou e foi impiedoso. É essencial para ganhar mas também é um sinal de respeito pelo outro jogador. Federer faz 36 anos no dia 8 de Agosto e é fascinante como o jogo dele incorpora a longa experiência que ele tem. Apesar de estar em forma Federer joga como se não estivesse, empregando truques de velhotes que jogam contra principiantes cheios de genica: efeitos mirabolantes, fintas, bolas improváveis e imprevisíveis.

É este o lado negro de Federer, a velha raposa. É incrível que Federer tenha jogado tão bem contra Cilic magoado como teria jogado caso Cilic estivesse impecável. Mas jogou. Também deu tudo o que tinha. Por isso é que o jogo foi tão curto. Não foi só contra Cilic: ganhou todos os sets que jogou. Não é só o melhor tenista de sempre. Melhorou o próprio ténis. 

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