Seguradora reclama reembolso de milhões pagos a Armstrong

O antigo ciclista recebeu verbas relativas a prémios pelas vitórias, entretanto anuladas, na Volta a França.

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São 11 os ex-colegas de Armstrong que o acusam de recorrer e fomentar o uso de substâncias dopantes Eric Gaillard/Reuters

A companhia de seguros SCA Promotions anunciou ter apresentado queixa contra Lance Armstrong para conseguir o reembolso de mais de nove milhões de euros pagos ao antigo ciclista no seguimento das suas sete vitórias no Tour, entretanto anuladas.

De acordo com o advogado Jeff Dorough, a queixa foi apresentada no tribunal do condado de Dallas, no Texas, onde a seguradora está sediada.

“Neste momento toda a gente sabe que Lance Armstrong perpetuou aquilo que pode muito bem ser a mentira mais elaborada e mais escandalosa da história do desporto. É, por isso, tempo de o senhor Armstrong enfrentar as consequências das suas acções, o que compreende o reembolso de todos os fundos que lhe foram entregues pela SCA”, pode ler-se no texto.

A soma reclamada ao antigo ciclista corresponde a 7,5 milhões de dólares de prémios (perto de 5,78 milhões de euros), entregues a título de incentivos, além de cinco milhões de dólares (cerca de 3,85 milhões de euros) de indemnização e custas judiciais num processo anterior que opôs as duas partes.

Questionado pela AFP, Mark Fabiani, um dos advogados do texano, indicou que o acordo atingido em 2006 entre a SCA e o antigo ciclista, relativo aos prémios, impede a seguradora de exigir o reembolso desta quantia.

“Os termos do acordo proíbem a SCA de quebrar o acordo”, explicou Fabiani.

Datado de 8 de Fevereiro de 2006, o acordo de sete páginas estipula que “nenhuma das partes pode atacar na justiça, apelar ou tentar descartar a primeira decisão judicial”.

Nessa altura, a seguradora recusou respeitar o anterior contrato com o norte-americano devido a acusações de dopagem veiculadas no livro “LA Confidentiel” dos jornalistas Pierre Ballester e David Walsh, mas perdeu a batalha judicial para Armstrong.

O texano, de 41 anos, foi oficialmente desclassificado de todos os resultados desportivos desde 1998, incluindo as sete vitórias na Volta a França, depois de a Agência Antidopagem dos Estados Unidos o ter acusado de implicação no “programa de dopagem mais sofisticado da história do desporto”.

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