Rui Vitória foca-se no Paços e ignora rivais

Treinador garante que as diferenças pontuais para o Benfica da época passada e para a concorrência actual não interferem na concentração da equipa.

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Genya Savilov/AFP

Rui Vitória não altera uma vírgula ao discurso que normalmente ignora questões paralelas e que não digam respeito ao adversário seguinte e que, como o Paços de Ferreira nesta jornada, lhe merece toda a atenção.

Neste particular, a semana revela-se anormalmente fértil. As eleições e a proximidade da deslocação ao Dragão são potenciais factores desviantes do foco que o treinador do Benfica pretende fazer incidir apenas e só sobre os “castores”, clube que o ajudou a projectar para o cargo que hoje ocupa.

Apesar das razões do coração, Rui Vitória não entrega o jogo, avisando que conhece bem as intenções do Paços de Ferreira, que classificou mesmo de adversário incómodo. “O Paços de Ferreira tem um futebol orientado na perspectiva de procurar o golo e criar problemas ao opositor”, adverte antes de ser interrompido por uma questão periférica, mas que não podia mesmo ignorar.

“É um dia importante, são as eleições do Benfica”, contemporiza, na antevisão da partida da 9.ª jornada, esforçando-se para regressar ao tema da conferência. “O Paços vai querer dividir o jogo e mostrar o seu futebol”, insiste, num jogo de pingue-pongue que o leva de novo ao passado para recuperar aquele momento especial com o presidente Luís Filipe Vieira. “Foi talvez a minha entrada no clube, a visita ao museu e o abraço de campeão”, destacou.

A recepção ao Paços de Ferreira ficava, então, em suspenso para comparar o Benfica da última época com o actual, que leva nesta altura uma vantagem de nove pontos em relação ao que se sagrou tricampeão.

“Quando os jogadores e os treinadores estabilizam, as coisas tornam-se mais fáceis. Um dos eventuais motivos pode ser esse. O facto de termos começado bem não significa que seja sempre assim”, anotou o técnico, feliz por haver “continuidade de processos”.

Mas a diferença que mais interessa neste momento é a que se regista em relação aos dois rivais, contas que Vitória desvaloriza de imediato. “Diferença? Nem perturba, nem tira o foco. Olhamos muito para nós, sempre com entrega total. A distância para os outros: se estão perto, se estão longe, se passam por nós… não interessa, o foco é o Paços de Ferreira”, garante, apontando o caminho que falta trilhar.

Mas para concluir esta análise, faltava ainda a contagem decrescente para o regresso de Jonas, outra questão incontornável e que Rui Vitória explorou com a dose certa de suspense.

“Tudo está a ser feito para que regresse o mais depressa possível. Prevemos que a breve prazo possa acontecer”, antecipou, como que a querer lançar, à distância de uma jornada, o duelo com o FC Porto. 

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