RTP justifica não transmissão dos Mundiais de atletismo com razões financeiras

Canal público não transmitiu os Mundiais de atletismo. Comité Olímpico de Portugal protestou.

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Reuters/KAI PFAFFENBACH

A RTP disse hoje que a transmissão dos Mundiais de atletismo são financeiramente "incomportáveis", em resposta às críticas do Comité Olímpico de Portugal (COP), que pediu esclarecimentos e consequências devido à falta de transmissão do evento em sinal aberto.

"As ambições financeiras da Federação Internacional de Atletismo (IAAF), no que diz respeito aos direitos de transmissão televisiva dos Mundiais de atletismo, tornaram-se incomportáveis para a RTP", aponta a estação pública de televisão, num esclarecimento enviado à agência Lusa.

Antes, o COP, em comunicado assinado pelo presidente, José Manuel Constantino, tinha criticado o "progressivo afastamento do desporto, nas suas mais diversas modalidades, do espaço público televisivo", pedindo "esclarecimentos" e "apuramento de responsabilidades".

O organismo apontou ainda para o Direito Comunitário, relacionado com a transmissão de "acontecimento que sejam objecto de interesse generalizado do público", e para um despacho de 2016 do Ministério da Cultura, que inclui os acontecimentos qualificados de interesse generalizado do público em 2017 e no qual se inserem as participações de atletas portugueses ou selecções em fases finais de Mundiais ou Europeus.

Segundo a RTP, foi feito um "enorme esforço financeiro" para adquirir os direitos de transmissão dos Europeus até 2019, sendo que em 2017 espera transmitir "mais de 400 horas de emissão" dedicada às modalidades.

A estação pública recordou ainda a cobertura noticiosa do evento e o apoio dado à Federação Portuguesa de Atletismo nas candidaturas, vencedoras, à Taça dos Clubes Campeões Europeus de Corta-Mato, em 2018 (Mira) e 2019 (Lisboa), bem como a transmissão, inédita, dos campeonatos nacionais de estrada, e dos nacionais de corta-mato, "algo que não acontecia há mais de uma década".

Os Mundiais de atletismo terminaram no domingo, em Londres, com duas medalhas para Portugal - o ouro de Inês Henriques nos 50 km marcha, complementado com recorde mundial, e de bronze de Nélson Évora no triplo salto.

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