Ronaldo quebrou o impasse português na Rússia

Portugal triunfa em Moscovo sobre a selecção russa na segunda jornada do Grupo A da Taça das Confederações.

Ronaldo já deixou a sua marca na Taça das Confederações
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Ronaldo já deixou a sua marca na Taça das Confederações Darren Staples/Reuters
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Festejos após o 1-0 para Portugal Reuters/JOHN SIBLEY
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Cristiano Ronaldo tenta passar por um adversário LUSA/MARIO CRUZ
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Raphaël Guerreiro lesionou-se Reuters/DARREN STAPLES
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André Silva quase marcou na segunda parte Reuters/DARREN STAPLES
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Jogadores portugueses comemoram o golo LUSA/MARIO CRUZ
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Momento do jogo Rússia-Portugal LUSA/MARIO CRUZ

Nunca, nem nos tempos da União Soviética, Portugal tinha ganho, ou sequer marcado um golo à Rússia no seu próprio terreno. Em quatro tentativas, um empate, três derrotas, zero golos marcados e sete sofridos. Mas Cristiano Ronaldo conseguiu nesta quarta-feira quebrar esse duplo impasse, ao marcar o golo que valeu o triunfo à selecção portuguesa frente à selecção anfitriã, em Moscovo, por 1-0, na segunda jornada do Grupo A da Taça das Confederações. Depois de uma entrada meio em falso com o México, este triunfo coloca a selecção campeã da Europa mais confortável na sua estreia na competição.

Foi mais um entre muitos dos jogos históricos de Cristiano Ronaldo pela selecção portuguesa, mais um a valer mais uma vitória e a comprovar que o madeirense está mesmo com a cabeça na Taça das Confederações e não na fiscalidade espanhola. Não tinha sido por ele que Portugal empatara com o México, mas foi graças a ele que Portugal ganhou à Rússia num jogo em que até marcou menos golos e em que sofreu desnecessariamente, mantendo um adversário de argumentos limitados na luta pelo resultado até ao último minuto. Resumidamente, a maior competência defensiva compensou alguma falta de eficácia.

Fernando Santos tinha prometido alguma rotatividade para minorar as consequências de uma época longa e cumpriu, mudando mais de um terço da equipa: Bruno Alves em vez de José Fonte no eixo da defesa, Adrien Silva em vez de João Moutinho, e Bernardo Silva e André Silva em vez de Nani e Ricardo Quaresma. E foram visíveis os benefícios das mudanças. Portugal bem, não cedeu o controlo do jogo ao adversário (como acontecera frente aos mexicanos) e antes dos dez minutos já estava a ganhar.

Minuto oito. Raphaël Guerreiro arrancou um cruzamento perfeito a partir da esquerda, a bola sobrevoou a área russa e foi parar à cabeça de Cristiano Ronaldo. O avançado português nem precisou de saltar muito para bater Igor Akinfeev, que cumpria o 100.º jogo com a camisola da Rússia. Antes de festejar com os colegas fez o seu número habitual, salto, rotação no ar e aterragem em pose de matador, com um rosto, mais de determinação que de festejo incondicional, como que a mostrar alguma coisa a terceiros — depois de ter sido eleito, pela segunda vez em dois jogos, o melhor em campo.

Portugal ficou a dever a si próprio, pelo menos, mais um golo na primeira parte, mas também podia ter sofrido o empate logo a seguir. Aos 32’, em jogada individual, Ronaldo encontrou espaço para o remate, mas a bola bateu nas pernas de Akinfeev. Depois, aos 42’, foi Smolov que não deu o melhor seguimento a um cruzamento que veio da direita. Era um primeiro aviso da selecção russa, que tinha forçosamente de abandonar o seu cauteloso plano inicial para tentar lutar pelo resultado.

Alertada pelo sinal de inconformismo do adversário, a selecção portuguesa voltou para a segunda parte com intenção de ganhar maior folga no marcador e, logo aos 50’, teve uma enorme oportunidade para o fazer. Cédric Soares cruzou no flanco direito e André Silva, na pequena área, fez um excelente cabeceamento que Akinfeev foi buscar praticamente em cima da linha de golo. Esta foi a mais flagrante de uma série de boas oportunidades para Portugal. Seguiram-se um remate de Cédric aos 59’, detido pelo guardião russo, e um cabeceamento de Ronaldo ao lado.

O marcador foi-se mantendo na diferença mínima e, enquanto tal acontecesse, a Rússia podia sonhar com um destino melhor no jogo. Tal como acontecera no final da primeira parte, os minutos finais do segundo tempo tiveram um ascendente russo. Pelos ares, esteve perto de se repetir o que acontecera com os mexicanos, mas o cabeceamento de Dzhikiia saiu por cima. Fernando Santos respirou de alívio e a selecção portuguesa tem tudo para garantir no sábado, em Kazan, frente à Nova Zelândia, um lugar nas meias-finais. Só depende de si própria.

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