Dia de glória para um desconhecido e de frustração para um candidato

A subida ao Galibier, nos Alpes, provocou algumas alterações entre os primeiros classificados do Tour. Chris Froome é que se mantém vestido de amarelo e até reforçou a sua liderança

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Primoz Roglic LUSA/GUILLAUME HORCAJUELO

Primoz Roglic (LottoNL-Jumbo) não esquecerá esta quarta-feira, depois de vencer, isolado, a 17.ª etapa da Volta a França. O ciclista esloveno foi o resistente da fuga do dia e atacou na subida ao Galibier, derradeira escalada da tirada que ligou La Mure a Serre-Chevalier (183km), cortando a linha de meta isolado naquela que foi a sua primeira vitória no Tour. Algum tempo depois, surgiu o grupo composto pelos candidatos ao triunfo final da prova... menos um. O italiano Fabio Aru (Astana) não teve pernas para responder aos vários ataques que ocorreram no grupo dos favoritos e terminou em 10.º, perdendo o segundo lugar da geral que ocupava no início da tirada e saindo do top-5.

Aru foi o grande perdedor do dia, mas não o único. O francês Romain Bardet (AG2R) também deve ter cortado a linha de chegada com alguma frustração acumulada. Isto porque durante a subida ao Galibier atacou um par de vezes, tentando deixar para trás o camisola amarela Chris Froome (Sky). Só que a todas elas o britânico respondeu com vigor. E o mesmo sucedeu com Rigoberto Urán (Cannondale-Drapac), que era o quarto da geral à partida para a tirada. O melhor que Bardet conseguiu foi fazer descolar Aru do grupo de favoritos, porque nos metros finais da etapa, viu mesmo Urán e Froome ficaram com os segundos de bonificação destinados ao segundo e terceiros da tirada, vendo o tricampeão do Tour afastar-se um pouco mais na classificação geral e o colombiano alcançá-lo.

O duo tem agora 27 segundos de atraso em relação a Froome quando resta apenas uma única etapa de alta montanha (nesta quinta-feira, com a subida ao Izoard) antes do contra-relógio de sábado, especialidade em que o britânico é bastante mais forte do que os seus mais directos adversários.

Mas não foi só a luta pela posse da camisola amarela que teve momentos intensos na etapa de ontem. Também a verde, da classificação por pontos, viveu alterações profundas. Tudo porque Marcel Kittel (Quick-Step Floors) foi forçado a abandonar depois de se ter envolvido numa queda logo nos quilómetros iniciais do dia e que envolveria ainda Warren Barguil (Sunweb), líder da classificação da montanha. Mas, enquanto o francês escapou mais ou menos ileso, o alemão acabaria por desistir, apesar de ainda ter tentado prosseguir em prova durante alguns quilómetros com gelo num dos ombros.

O australiano Michael Matthews (Sunweb) ficou agora com o caminho livre para chegar a Paris vestido de verde, enquanto Marcel Kittel deixa o Tour com a consolação de se ter tornado no corredor germânico com mais triunfos em etapas na Volta à França (13), tendo ultrapassado nesta edição Erik Zabel, o anterior recordista.

Quem teve direito a algum protagonismo na tirada de ontem foi o espanhol Alberto Contador (Trek). Aos 34 anos, o vencedor do Tour em 2007 e 2009, esteve em fuga vários quilómetros, cedendo apenas na derradeira subida do dia e demonstrando que já não é capaz de acompanhar o ritmo dos mais fortes do pelotão internacional.

Nesta quinta-feira, o pelotão enfrenta a derradeira dificuldade reservada pelos Alpes (Izoard e 179,5km de montanha), a última hipótese de colocar em xeque a liderança de Chris Froome (Sky).

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