A tradição ainda é o que era e pela sétima época consecutiva, os oitavos-de-final da Liga dos Campeões deverão ser o fim da linha para o Arsenal de Arsène Wenger. Desde que, a 9 de Março de 2010, garantiram um lugar entre os oito melhores da Champions, após golearam o FC Porto no Emirates Stadium (5-0), os londrinos foram sempre eliminados após a fase de grupos e hoje, em Inglaterra, com uma desvantagem de 1-5, os "gunners" não deverão impedir que o Bayern Munique garanta tranquilamente a qualificação. Diferente promete ser o cenário no San Paolo, em Nápoles. Apesar de ser amplamente favorito, a inconsistência do Real Madrid nas últimas semanas (oito golos sofridos nos últimos quatro jogos) dá esperança aos italianos, que estão moralizados depois de terem ganho no passado fim-de-semana, em Roma.

Embora Lorenzo Insigne tenha colocado o Nápoles em vantagem há três semanas no Santiago Bernabéu, os golos de Benzema, Kroos e Casemiro deram uma importante vantagem ao Real Madrid (3-1), mas os actuais detentores do título não terão vida fácil no San Paolo. Na antevisão da partida, Maurizio Sarri, técnico dos italianos, lembrou que “a pressão está toda do lado do Real Madrid”, e deixou antever que a sua equipa vai entrar em campo confiante na reviravolta: “A única coisa que pode assustar um homem é ver uma determinação incrível nos olhos do seu oponente. É essa determinação que espero que os nossos fãs transmitam aos nossos jogadores”. Marek Hamsik, uma das peças-chave dos napolitanos, foi ainda mais incisivo. O eslovaco disse que o “Nápoles não falha nos grandes momentos” e levantou um pouco da ponta do véu sobre o que os espanhóis vão encontrar no San Paolo. “Mal posso esperar para entrar em campo. Os gritos dos nossos adeptos serão ouvidos em Turim”, disse o “17” do Nápoles em conferência de imprensa.

No Real Madrid, que se apurou sempre nas últimas seis eliminatórias dos “oitavos” da Liga dos Campeões que disputou, a boa notícia para Zinedine Zidane é o regresso de Cristiano Ronaldo. O internacional português falhou o encontro dos “merengues” no País Basco com o Eibar no passado fim-de-semana, ausência justificada pelo clube madrileno devido a “problemas musculares”, mas integra a lista de convocados para o jogo desta terça-feira. Gareth Bale e Álvaro Morata também regressam aos eleitos de Zidane, depois de terem falhado a partida de sábado devido a castigo. Raphael Varane e Fábio Coentrão continuam a recuperar de lesões.

Em Londres, os adeptos do Arsenal deverão ter um déjà vu quando o árbitro grego Anastasios Sidiropoulos apitar pela última vez na segunda mão do frente a frente dos londrinos com o Bayern Munique. Desde que, na época 2003-04, a prova passou a contar com uma ronda dos “oitavos”, após a fase de grupos, o Arsenal nunca falhou esta fase da competição, mas nas últimas seis presenças, a equipa de Wenger foi sempre eliminada. Desta vez, o cenário deverá repetir-se e apenas uma hecatombe impedirá o apuramento do Bayer Munique.

Após golearam os “gunners” na Allianz Arena, por 5-1, a formação bávara ficou com pé e meio nos quartos-de-final e Philipp Lahm, capitão do Bayern, não tentou camuflar a confiança germânica: “Temos que estar muito focados durante todo o jogo, particularmente nos primeiros 15 minutos, mas devemos dizer ao Arsenal que pode fazer o que quiser, mas o Bayern vai qualificar-se.”