Râguebi e golfe regressaram aos Jogos Olímpicos para ficar

Ambas as modalidades foram casos de sucesso no Rio de Janeiro e em Tóquio 2020, onde são muito populares, a sua presença no programa é praticamente certa.

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A popularidade do râguebi foi subindo ao longo de competição do Rio 2016 Pascal Guyot/AFP (arquivo)

Os Jogos Olímpicos terminaram e há vários balanços a fazer. Um dos quais é sobre o râguebi e o golfe, modalidades que regressaram ao programa depois de 92 e 112 anos de ausência, respectivamente.

Naquilo que depender da sua popularidade no Rio de Janeiro, ambas vão continuar no programa olímpico. O râguebi de sevens foi das modalidades mais faladas destes Jogos, desde logo porque se tratou, no torneio masculino, da primeira medalha (e logo de ouro) da história para as Ilhas Fiji, mas também porque foi um sucesso quanto à afluência de público, num país sem tradição na modalidade como o Brasil.

“No plano desportivo, o torneio de râguebi foi extremamente bem-sucedido e a popularidade foi subindo ao longo de competição, ao ponto de 15000 pessoas terem assistido à final, num país que não tem a cultura deste desporto”, disse Bernard Lapasset, antigo presidente da World Rugby, federação internacional da modalidade, citado pela agência AFP.

Um dos critérios que o Comité Olímpico Internacional (COI) utiliza para avaliar uma modalidade é a capacidade desta de ser universal, de diferentes partes do mundo estarem representadas numa competição. A esse nível, “o râguebi mostrou toda a sua universalidade”, considerou Lapasset, recordando as meias-finais entre as Fiji e o Japão e entre a Grã-Bretanha e a África do Sul (Austrália-Nova Zelândia e Canadá-Grã Bretanha foram as “meias” de um torneio feminino ganho pelas australianas).

Segundo Lapasset, o feedback do COI quanto ao regresso do râguebi foi “muito positivo” e a importância que o organismo dá a modalidade ficou patente com a presença do seu presidente, Thomas Bach, na final, juntamente com mais 15 elementos do COI.

Já o golfe não era uma modalidade aguardada com particular entusiasmo no Rio de Janeiro, especialmente devido à ausência de grandes nomes deste desporto como o australiano Jason Day, os norte-americanos Dustin Johnson e Jordan Spieth e o norte-irlandês Rory McIlroy, que compõem o top quatro do ranking mundial. Ainda assim, o que se assistiu foi a um aumento de público com o decorrer dos dias. No último, 12 mil pessoas assistiram ao triunfo do britânico Justin Rose (nas mulheres venceu a sul-coreana Inbee Park).

Para os jogadores também foi um sucesso. Ainda o torneio não tinha começado e já o português Ricardo Melo Gouveia elogiava as condições. No final foi o vencedor, Rose, a fazê-lo: “Foi o melhor torneio que já joguei”.

Com a popularidade do râguebi no Japão (é o quarto país com mais jogadores do mundo e a selecção masculina é a actual 12.ª do ranking mundial), assim como do golfe (milhares de campos por todo o país), é certo que as duas modalidades vão estar no programa olímpico daqui a quatro anos, em Tóquio 2020. Aí, também haverá uma modalidade que regressa aos Jogos, caso do beisebol (tinha integrado o programa olímpico de 1992 a 2008), e quatro que se vão estrear: a escalada, o karaté, o skateboard e o surf.

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