UEFA admite final da Champions fora da Europa

O presidente do organismo que tutela o futebol europeu, Aleksander Ceferin, defende processo transparente de candidaturas.

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Levar a Champions para fora da Europa não está fora de hipótese AFP/ARIS MESSINIS

Cardiff em 2017, Kiev em 2018, Nova Iorque num futuro próximo? A possibilidade de a final da Liga dos Campeões ser realizada fora da Europa não foi colocada de parte pelo presidente da UEFA, Aleksander Ceferin, numa entrevista à agência Associated Press. “Creio que poderá ser uma ideia no futuro, mas teremos de discutir o assunto”, notou o dirigente.

“Ir de Portugal ao Azerbaijão, por exemplo, é praticamente o mesmo que ir a Nova Iorque. Para os adeptos não seria problema, mas veremos que decisão tomar. É uma competição europeia, portanto vamos reflectir sobre a questão”, sublinhou Ceferin, eleito há cinco semanas para suceder a Michel Platini na presidência da UEFA.

O dirigente esloveno disse também que o processo de escolha do palco para a final da Liga dos Campeões deve ser “totalmente transparente”, ao contrário do que se passava até agora – a cidade era escolhida pela UEFA sem qualquer processo de candidatura. “Atribuir as finais da Liga dos Campeões ou da Liga Europa como um favor político é errado. Com um processo de candidatura transparente, estaremos a proteger a estrutura da UEFA. Quem quer que seja que nos telefone, que tente pressionar-nos ou pedir certos favores terá uma resposta clara: ‘Peço desculpa, as regras são cristalinas e não podemos fazer nada’”, apontou.

“A Liga dos Campeões é o melhor produto desportivo do mundo”, frisou ainda Aleksander Ceferin, rejeitando sacrificar o sucesso da competição para seduzir mercados como o asiático – a maioria dos jogos começa às 19h45, quando grande parte do Oriente está a dormir. “De um ponto de vista financeiro, não é ideal. Devemos pensar também noutros mercados, mas não sei ainda bem como. A China é financeiramente interessante. Os EUA também são e o futebol lá está a crescer”, indicou o presidente da UEFA.

Quanto à proposta do presidente da FIFA, Gianni Infantino, de alargar o Mundial para 40 ou 48 equipas, Ceferin admitiu que ainda falta informação: “Não queríamos votar sobre isso porque ainda é muito cedo. Não recebemos qualquer informação sobre a ideia. Nada. Apenas foi colocada a questão de expandir ou não. Assim não podemos pronunciar-nos”, defendeu.

Ceferin pretende que o assunto seja alvo de uma análise “adequada” mas lembrou que as selecções europeias estão entre aquelas que mais audiências atraem para o Mundial. “Somos a confederação mais forte, ninguém pode esquecer isso. Mais forte na qualidade e em todos os outros aspectos. Temos as melhores selecções”, concluiu o dirigente.

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