Mais uma vitória da selecção sem nota artística

Portugal cumpriu a obrigação na Letónia e mantém-se na corrida ao primeiro lugar do Grupo B de qualificação para o Mundial 2018. Cristiano Ronaldo foi, novamente, decisivo.

Fotogaleria
Cristiano Ronaldo e André Silva Reuters/KACPER PEMPEL
Fotogaleria
Ronaldo festeja um dos seus golos contra a Letónia LUSA/MÁRIO CRUZ
Fotogaleria
Momento do jogo Letónia-Portugal LUSA/Valda Kalnina
Fotogaleria
André Silva marcou o último golo de Portugal LUSA/MARIO CRUZ
Fotogaleria
Cristiano Ronaldo remata à baliza da Letónia Reuters/KACPER PEMPEL
Fotogaleria
Jogadores portugueses festejam um dos golos contra a Letónia LUSA/MÁRIO CRUZ

Tem vindo a ser assim nos últimos tempos. Na verdade, e sendo o mais realistas possíveis, tem sido assim desde o Europeu, que Portugal conquistou pela primeira vez o ano passado. Talvez mesmo desde que Fernando Santos assumiu o comando técnico da equipa. A selecção nacional, vence, alcança os seus objectivos, mas o futebol que exibe é tudo menos empolgante. Na boca de um dos mais conhecidos treinadores portugueses do momento — Jorge Jesus —, dir-se-ia sem nota artística. Nesta sexta-feira, em Riga, na Letónia, perante um adversário inofensivo e com imensas limitações, Portugal cumpriu a sua obrigação — venceu por 0-3 e conquistou os três pontos que o mantêm a uma distância recuperável em relação à Suíça, na corrida a um lugar de apuramento directo para o Mundial 2018. Mas fê-lo com aquele futebol que lhe tem sido habitual nos tempos mais recentes — incapaz de entusismar o mais fanático dos adeptos.

Foi novamente Cristiano Ronaldo o responsável pelo quebrar do gelo que ameaçava tornar-se a exibição portuguesa na Letónia. Depois de uns minutos iniciais em que a equipa nacional revelou algumas dificuldades em adaptar-se ao esquema táctico da Letónia, que povoava com muita gente o seu meio-campo quando tinha de defender e “largava a correr” quando recuperava a bola, foi o capitão da selecção que primeiro incomodou o guarda-redes letão, já que as correrias de Gelson Martins se mostravam inconsequentes e André Gomes jogava naquele seu ritmo, que é mesmo só dele.

Um pontapé de fora da área, à passagem dos 23’ deu um sinal de vida português e foi novamente o capitão a incomodar Vanins já perto do intervalo. Estavam dados os avisos do goleador nacional que aproveitou um cabeceamento ao poste de José Fonte para fazer a recarga vitoriosa, instantes antes do descanso.

A segunda parte não trouxe nada de novo e foi novamente Cristiano Ronaldo, na maior parte das vezes com remates à entrada da grande área letã, a tentar impedir a equipa portuguesa de cair na letargia do futebol pausado e lateralizado de André Gomes e a pouca inspiração de Gelson Martins e João Moutinho. Foi já com Quaresma em campo que Portugal aumentaria a vantagem, graças a um cruzamento do jogador do Besiktas que sofreu um desvio num defesa da Letónia e acabou na cabeça de Cristiano Ronaldo.

O golo deu cabo das ténues esperanças da Letónia em incomodar de alguma forma Rui Patrício, que teve uma noite absolutamente descansada (excepção feita a um livre de Laizans). Os letões não aproveitaram a ausência forçada de Pepe no eixo da defesa portuguesa (uma lesão de última hora impediu-o de ir a jogo) e ainda ofereceram uma prensa à selecção portuguesa quando Gorkss perdeu a bola à entrada da sua grande área pressionado por um sempre esforçado André Silva. O avançado do FC Porto entregou a bola a Cristiano Ronaldo com o capitão português a devolvê-la ao jovem ponta-de-lança, que não desperdiçou a hipótese de apontar o seu sétimo golo em apenas oito internacionalizações. Ficou provada a sintonia dos dois jogadores que têm formado uma dupla bastante produtiva neste apuramento para o Mundial 2018 (16 golos apontados).

Sugerir correcção
Ler 1 comentários