Argentina, um velho conhecido de Portugal nas andanças olímpicas

Selecção nacional disputará o grupo D nos Jogos do Rio de Janeiro, reeditando um duelo com uma das potências da modalidade. Rui Jorge cauteloso no discurso.

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Rui Jorge, seleccionador da equipa olímpica Carl Recine/Livepic/Reuters

De volta a 1996. Naquela que será a quarta participação de Portugal no torneio olímpico de futebol, o destino da selecção nacional de sub23 cruzar-se-á novamente com o da Argentina. Tal como há 20 anos, este duo volta a surgir no caderno de previsões com o estatuto de favorito, num grupo, o D, em que também marcam presença a Argélia e as Honduras. Para Rui Jorge, seleccionador português, a prioridade é só  uma: “Somos sandidatos ao mesmo de sempre, dignificar o país”.

É especialmente modesto o currículo de Portugal nos relvados dos Jogos Olímpicos. A primeira participação aconteceu em 1928, na Holanda, numa altura em que o formato do torneio previa apenas eliminatórias. Um triunfo por 4-2 sobre o Chile na ronda preliminar e outro sobre a Jugoslávia (2-1) na primeira eliminatória colocaram a selecção nos quartos-de-final, fase em que cairia, aos pés do Egipto (1-2).

Seguir-se-ia um hiato de 68 anos até aos Jogos de Atlanta. Em 1996, Portugal rubricaria a melhor prestação até à data, ao progredir até às meias-finais, depois de se ter qualificado no segundo lugar do Grupo A, com os mesmos cinco pontos do primeiro classificado, a Argentina.  Frente à “alviceleste”, a equipa então treinada por Nelo Vingada — curiosamente com Rui Jorge no “onze” inicial — registou um empate (1-1), com os golos a serem apontados por Ariel Ortega e Nuno Gomes.

O frente-a-frente com os argentinos, porém, não ficaria por aqui. Nos quartos-de-final, Portugal eliminou a França, com o golo de ouro (2-1) a ser apontado por Calado, e “comprou” um novo embate com os sul-americanos. Desta vez, nas meias-finais, um bis de Hernán Crespo afastou os portugueses (0-2).

Foi a melhor performance da selecção nacional em contexto olímpico, já que em 2004 — sob as ordens de José Romão — não foi além do último lugar da fase de grupos, atrás de Iraque, Costa Rica e Marrocos.

Agora, o regresso à plataforma dos Jogos começará com um duelo com a Argentina, a 4 de Agosto, no Rio de Janeiro, a mesma cidade onde, três dias depois, os sub23 portugueses defrontarão as Honduras, antes de fecharem a fase de grupos a 10 de Agosto, em Belo Horizonte, frente à Argélia.

A única promessa que Rui Jorge deixa, em declarações ao site da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), é fazer tudo o que estiver ao seu alcance na preparação — incluindo a acomodação na aldeia olímpica, aO contrário do que é hábito no futebol — para o torneio “para ter o melhor desempenho possível”.

Os convocados para a competição ainda não foram divulgados, mas sejam quais forem os escolhidos, é certo que formarão mais uma selecção europeia a tentar defender a supremacia do continente no palco olímpico: a Europa soma 16 títulos dos 23 títulos até agora disputados, com o maior contributo a ser dado pela Hungria (1952, 1964 e 1968).

Os adversários de Portugal

Argentina
A bicampeã olímpica. Finalista nas três últimas edições em que participou, a Argentina começou por perder com a Nigéria em 1996 mas vingou-se em 2008, quatro anos depois de ter batido o Brazil no encontro decisivo. Ausente em Londres, em 2012, a “alviceleste” tem um registo de 12 vitórias nos últimos 12 jogos no torneio olímpico. Treinada pelo consagrado Gerardo Martino, que acumula as funções nos sub23 com a de seleccionador A, a Argentina não contará com Lionel Messi ou Aguero, por exemplo, mas ainda tem Dybala, Vietto ou Icardi como opções para o ataque.

Argélia
Passaram 36 anos desde a última presença da Argélia no torneio olímpico. A única participação da selecção africana na competição aconteceu em 1980 e terminou nos quartos-de-final, às mãos da Jugoslávia. Para voltarem a este palco, os argelinos derrotaram o Senegal nas meias-finais da Taça das Nações, antes de perderam na final com a Nigéria. O suíço Pierre-André Schürmann é o seleccionador de um grupo que tem no avançado e capitão de equipa Oussama Darfalou e no médio defensivo Mohamed Benkhemassa, ambos futebolistas do USM Alger, duas das principais figuras.

Honduras
Uma das quatro selecções em prova que registam a terceira presença seguida no torneio olímpico. Há quatro anos, as Honduras atingiram a melhor classificação de sempre na competição, ao alcançarem os quartos-de-final. Nos 10 encontros até agora realizados na prova, nunca a selecção da América Central conseguiu uma vitória por mais de um golo de diferença, mas na campanha até ao Rio de Janeiro afastou os EUA. Orientada pelo experiente Jorge Luis Pinto, que comanda também a selecção A, tem no avançado Anthony Lozano, do Tenerife, uma das referências.


Composição de todos os grupos

Grupo A Brasil, África do Sul, Iraque, Dinamarca
Grupo B Suécia, Colômbia, Nigéria, Japão
Grupo C Fiji, Coreia do Sul, México, Alemanha
Grupo D Honduras, Argélia, Portugal, Argentina

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