Portugal confiante para rectificar última final europeia de sub-21

Campeã Suécia assinala hoje, na Polónia, o arranque de um torneio que passou a contar com 12 em vez de oito participantes.

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Lee Smith/Reuters

Arranca hoje em Kielce, na Polónia, o Campeonato da Europa de Sub-21, pela primeira vez com 12 candidatos a erguer, em Cracóvia, no dia 30 de Junho, o troféu que há dois anos escapou a Portugal na “roleta” checa dos penáltis. 

À Suécia, campeã em título, cabe a honra de dar o pontapé-de-saída frente a uma Inglaterra sem Marcus Rashford, mas com Nathaniel Chalobah, destaque do Chelsea. Um confronto entre o último vencedor da competição e uma Inglaterra empolgada com a conquista do Mundial de Sub-20, há cerca de uma semana, na Coreia do Sul. Uma selecção mais do que nunca empenhada em somar o terceiro troféu na categoria, que não vence desde 1984. 

Portugal estreia-se amanhã, às 17 horas, em Bydgoszcz — onde se encontra desde ontem — frente à Sérvia do benfiquista Andrija Zivkovic, um dos campeões do Mundo de Sub-20, em 2015. Uma selecção com talentos  individuais, mas que na Nova Zelândia revelou, acima de tudo, uma resiliência e uma capacidade de superação bem patentes no trajecto construído até à final com o Brasil, percurso marcado por três prolongamentos e um desempate com recurso às grandes penalidades. De resto, a Sérvia foi também finalista vencida (4-1) há dez anos (Holanda 2007), frente à selecção organizadora, num Europeu que assinalou a mudança para anos ímpares, de forma a não coincidir com as grandes competições seniores.

Sem o poder ofensivo de André Silva e Gelson Martins, Rui Jorge conta com Renato Sanches, campeão europeu no último França 2016, bem como com João Cancelo, para reforçar o estatuto de favorito, sublinhado pelos quase seis anos sem derrotas em encontros oficiais nos sete que Rui Jorge soma como seleccionador.

Portugal procura, aliás, o primeiro triunfo no Europeu da categoria, proeza que esteve na iminência de conseguir em 2015, na República Checa, tendo para tanto que começar por garantir o primeiro lugar do Grupo B ou, em alternativa, o melhor segundo lugar dos três grupos... que incluem seis selecções (Alemanha, Itália, Espanha, Suécia, Inglaterra e República Checa) com um ou mais títulos de campeão europeu, isto sem contar com a Jugoslávia, primeiro vencedor da prova em 1976-78.

Apesar do impressionante histórico de vitórias de Portugal, que se qualificou para o Polónia 2017 com oito triunfos e dois empates, a selecção de Rui Jorge terá pela frente — para além de Sérvia e Macedónia — a tetracampeã Espanha (1986, 1998, 2011 e 2013), apenas superada pelo penta da Itália em matéria de Campeonatos Europeus.

Com dois terços dos competidores a ficarem de fora da fase final, Portugal terá que afirmar-se, sem hesitar, como um dos mais sérios candidatos de um lote onde deve sublinhar-se a dinâmica aparentemente imparável da Alemanha, sustentada com o pleno de vitórias nos dez jogos de qualificação. Alemanha que, estranhamente, só apresenta no currículo um título (2009) nesta categoria, ainda que no Grupo C tenha que bater-se com a Itália.

A expectativa é enorme, tanto no que diz respeito aos favoritos, como na confirmação dos principais talentos que o futebol mundial revelará nos próximos anos — um dos aspectos que caracterizam esta competição, com inúmeros exemplos que vão de Zidane a Figo. 

Apesar da má experiência em 2015 — naquela que foi a segunda final perdida, depois do “golo de ouro” do italiano Orlandini, no França 1994 —, Portugal surge confiante e com um discurso positivo, certamente marcado pelo exemplo vindo da selecção principal, pelo que não será por uma questão de mentalidade que a equipa nacional não marcará presença na final de Cracóvia. 

O torneio polaco trará ainda algumas novidades no plano organizativo, como a introdução da quarta substituição a partir do prolongamento e a possibilidade de sancionar elementos técnicos (no banco de suplentes) com cartão amarelo e vermelho, em vez das normais advertências e expulsões. Factores não menos importantes para testar à margem de uma discussão promissora até ao final de Junho. 

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