Parabéns olímpicos

Ainda acredito que no desporto ganha quem dá tudo o que tem. Telma Monteiro pode ter ganho uma medalha de bronze mas, para quem a viu dar tudo o que tinha, era igual a uma medalha de ouro.

É assim que se deve ver a participação portuguesa nos Jogos Olímpicos do Rio. Os resultados escondem o esforço e o mérito não só dos portugueses que não ganharam medalhas como de todos os outros desportistas, de todas as nacionalidades, que foram aos limites do que podiam e sabiam fazer.

Recuperou-se bem o espírito olímpico. Faz-nos bem torcer por atletas de todas as nacionalidades, mas também é bom admirar todos os que verdadeiramente competiram, independentemente do lugar em que ficaram.

São conhecidos os sacrifícios pessoais e continua a ser notória a falta de apoios e de formação – não só em Portugal como em dezenas de outros países que participaram nestes e noutros Jogos Olímpicos.

Mas o que mais impressionou, para além do espírito desportivo de competir com desportistas mais fortes e bem treinados, foi a entrega total de quase todos os concorrentes, fossem de que país fossem.

Que seria duns jogos olímpicos em que só competissem os países e os desportistas mais poderosos? O bronze da judoca Telma Monteiro não foi um milagre. Foi o reconhecimento de que está entre as três melhores judocas do mundo na categoria dela.

Mas o empenho e o esforço dela não foram superiores aos milhares de atletas que deram tudo o que tinham: foi igual. Ganhar não só não é tudo. É pouco.

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