Rui Vitória sofreu para igualar recorde com 43 anos

O Benfica derrotou o Desportivo de Chaves mas sofreu bastante para garantir os três pontos

Foto
Mitroglou marcou o primeiro golo do Benfica em Chaves Francisco Leong/AFP

O Benfica jogará na próxima quarta-feira com o Nápoles para a fase de grupos da Liga dos Campeões com a liderança do campeonato português assegurada. O triunfo em Chaves, por 2-0, não apaga as enormes dificuldades que os “encarnados” tiveram para assegurar os três pontos e impor a primeira derrota da temporada aos surpreendentes transmontanos, recém-regressados ao primeiro escalão. Um resultado com um sabor especial para o treinador Rui Vitória, que somou o 15.º triunfo fora de portas para a Liga, igualando o recorde de Jimmy Hagan que durava há 43 anos.

Defrontar a defesa menos batida do campeonato, com apenas três golos consentidos nas primeiras cinco jornadas, prometia complicações para o Benfica e o Chaves não defraudou as expectativas. Bem organizada defensivamente, com critério na saída para o contra-ataque e equilíbrio em todos os sectores, a equipa montada por Jorge Simão conseguiu anular a estratégia “encarnada” durante 69 minutos, acabando por valer dois lances de bola parada para escrever a história do jogo.

Mas tudo poderia ter sido ainda mais complicado para os lisboetas se uma de três oportunidades flagrantes dos flavienses, na mesma jogada e a instantes do intervalo, tivessem acertado no alvo. Por duas vezes o poste direito devolveu a bola a remates de Braga e Fábio Martins e com Rafael Lopes a atirar ligeiramente ao lado, com a baliza visitante escancarada, no último suspiro do lance. Mas para chegar a este desperdício, o Chaves teve de acreditar que poderia ambicionar mais do que um simples empate, neste regresso ao convívio com os grandes do futebol nacional, 18 anos depois.

A verdade é que o Benfica pouco fez ofensivamente para contrariar a confiança dos transmontanos, exceptuando duas boas intervenções de Mitroglou. A primeira, aos 18’, anulada com uma grande defesa de António Filipe; a segunda, aos 37’, que entrou mesmo nas redes, mas acabou por ser (mal) anulada pela equipa de arbitragem, num lance muito veloz, em que o ponta-de-lança grego estaria em linha em relação ao último defesa adversário.

Dois lances que contrastaram com a quase total ineficácia do ataque benfiquista até ao intervalo. É certo que houve muito mérito da defesa adversária, sempre bem posicionada, fechando os caminhos da sua baliza, mas também por manifesta falta de criatividade e soluções da equipa de Rui Vitória, que não conseguia transformar em lances de perigo o domínio territorial e a posse de bola (63% na primeira metade).

Consciente das suas limitações, o Chaves jogava na expectativa, pressionava no centro do terreno e aproveitava o mínimo erro no corredor central para lançar velozes contra-ataques, faltando apenas eficácia no capítulo da finalização.

Após o descanso, Rui Vitória — que promoveu uma única alteração no “onze”, com Ederson a ocupar o lugar de Júlio César na baliza — procurou subir mais as suas linhas, com André Horta, sempre muito contido no primeiro tempo, a aproximar-se dos homens mais adiantados. O golo acabou por surgir de forma inesperada, aos 69’, após Grimaldo cobrar um livre, que Mitroglou desviou de cabeça surpreendendo António Filipe.

Nesta fase da partida, os flavienses já acusavam algum desgaste e recuperavam mais lentamente o seu posicionamento defensivo, procurando fazer chegar perigo à área adversária através de lances de bola parada, sempre infrutíferos.

Bem melhor neste capítulo era a eficácia do Benfica, que sentenciou o encontro, aos 84’, após mais um livre cobrado por Grimaldo, com a bola a esbarrar desta vez na barreira, mas a sobrar para a recarga com selo de golo de Pizzi. O “nó górdio” transmontano estava definitivamente cortado.

Sugerir correcção
Comentar