Os 40 anos de Totti, o histórico "imperador" de uma só paixão

Jogador italiano prepara-se para entrar no clube dos "quarentões". Tem uma impressionante ligação de 30 anos à Roma e se continuar a jogar pode bater recorde histórico de Maldini.

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Totti é o rosto da Roma MARCO BERTORELLO/Reuters

Lenda da Roma, do futebol italiano e do futebol mundial, Francesco Totti faz esta terça-feira 40 anos. O médio está a cumprir a 25.ª época na equipa principal do clube romano, à qual chegou em 1992. A esse tempo têm de ser somados os anos em que esteve na formação do clube [pelo menos cinco] e, assim, a ligação de Totti à Roma ascende a 30 anos.

Chegou muito jovem à equipa principal, com 16 anos, mas, nas primeiras épocas, não teve a importância que viria a adquirir, tendo estado em cima da mesa, inclusivamente, a possibilidade de ser emprestado à Sampdória, em Janeiro de 1997, por não ser opção para o então técnico Carlos Bianchi. O presidente Franco Sensi impediu o empréstimo e quem acabou por sair foi o treinador.

Com Zdenek Zeman tudo foi diferente. Totti amadureceu e tornou-se de tal maneira preponderante na manobra da equipa que, ainda em 1997, viu-lhe ser atribuída a camisola 10. A personalidade forte dentro e fora dos relvados foi-lhe reconhecida e, um ano depois, passou a ser o capitão. Tinha 22 anos.

Totti fazia sucesso enquanto jogador, ganhava prémios individuais, mas faltava-lhe ganhar o título italiano, o que aconteceria na época 2000-01, sob orientação de Fabio Capello. Foi apenas o terceiro título de campeão italiano da história da Roma e o médio foi importante no duplo papel de criativo e de matador, marcando 13 golos.

Daí para cá nunca mais Totti se sagrou campeão de Itália, mas foi cimentando, ao longo dos anos, o estatuto de lenda. Em 2004, por exemplo, tornou-se no melhor marcador de sempre da Roma na Série A, com 107 golos. Com o passar dos anos, foi lentamente, passando de médio criativo a avançado [um falso 9] mas não perdeu importância, tendo feito a melhor época da carreira em 2006-07, marcando 26 golos e recebendo a Bota de Ouro.

Em 2008, chegou aos 500 jogos oficiais pela Roma e, com a conquista da Taça de Itália no mesmo ano, tornou-se no capitão mais titulado da história do clube. Continuou a jogar, a bater recordes, até que, no ano passado se lesionou, ficou de fora três meses e, quando regressou, com 39 anos, percebeu que tinha perdido a titularidade. Hoje, pode-se dizer que Totti é um suplente, mas de luxo. Nos últimos 13 jogos, partindo do banco na maior parte das vezes, conta com um registo de seis golos e cinco assistências.

A história de Totti confunde-se com a história da Roma. Não é por acaso que o clube já manifestou vontade de retirar a camisola 10 quando o jogador pendurar as chuteiras. Só não se sabe quando isso acontecerá. Se decidir jogar mais uma época, baterá o recorde de maior número de épocas na Série A, pertença de Paolo Maldini, que também jogou 25 temporadas no Milan.

“Muita gente me pergunta porque passei toda a minha vida na Roma. Para mim, a Roma é a minha família. Para mim, a Roma é o mundo. Este clube e esta cidade foram a minha vida. E vão ser sempre”, afirmou, em Agosto último.

Mais um golo histórico

A dois dias de fazer 40 anos, Totti marcou, de penálti, na derrota da Roma frente ao Torino, por 1-3. Foi mais um golo histórico, o seu 250.º na Série A. Noutro jogo deste domingo em Itália, o Inter de Milão, sem João Mário, a contas com uma distensão muscular, não foi além de um empate em casa frente ao Bolonha. O avançado brasileiro Gabriel Barbosa, contratado ao Santos, estreou-se pelos “nerazurri” ao entrar aos 74 minutos.

Em Espanha, o Atlético de Madrid, com um golo de Grizemann frente ao Deportivo da Corunha, não deixou fugir Real Madrid e Barcelona. No banco dos “colchoneros” esteve o guarda-redes português André Moreira, enquanto no banco dos galegos estiveram Bruno Gama e Luisinho, que entrou aos 60 minutos. Ainda no país vizinho, o Valência, sob a orientação do treinador interino Voro, parece dar sinais de recuperação. Este domingo venceu no campo do Leganés por 2-1, numa grande exibição de Nani, que marcou o primeiro e assistiu Mario Suárez para o segundo.

Em França, o Nice voltou à liderança, vencendo em casa do Nancy por 1-0 e, após sete jornadas, continua sem derrotas. A estrela da equipa, Mario Balotelli, ficou em Nice, por opção, a descansar.

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