Oito minutos dignos de um filme de terror

Benfica perdeu com o Nápoles por 4-2, na segunda jornada da Liga dos Campeões, e é último no Grupo B. Início da segunda parte foi um pesadelo para os “encarnados”, com três golos sofridos em oito minutos

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Ciro Luca/Reuters

O Benfica escapou à goleada mas não se livrou da derrota na visita ao Nápoles (4-2), na segunda jornada do Grupo B da Liga dos Campeões. A equipa de Rui Vitória chegou ao intervalo a perder pela margem mínima, embora nos primeiros 45’ tivesse conseguido equilibrar os acontecimentos no San Paolo. Porém, a impressão de que o Benfica poderia lutar pelo resultado esfumou-se numa entrada horripilante na segunda parte: três golos sofridos em oito minutos, com o marcador a crescer para 4-0 e a deixar os pontos fora do alcance dos “encarnados”. Gonçalo Guedes e Salvio, na etapa final do encontro, atenuaram a diferença mas os golos não tiveram mais do que o efeito de consolação.

Cumprido um terço da fase de grupos da Liga dos Campeões, o Benfica conta somente um ponto e ocupa o último lugar na classificação do Grupo B. Na partida de Nápoles os “encarnados” sofreram quatro golos pela primeira vez em competições europeias desde Abril de 2010, quando tinham sido batidos pelo Liverpool (4-1) na Liga Europa.

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O que se passou no início da segunda parte no San Paolo foi digno de um filme de terror. A formação napolitana – detida pela produtora de cinema Filmauro, propriedade de Aurelio De Laurentiis – castigou os erros do Benfica com três golos de rajada que deixaram o conjunto de Rui Vitória prostrado. O Nápoles ainda podia ter feito o 5-0, mas seria o Benfica a reduzir a desvantagem numa fase em que a equipa da casa abrandara claramente.

O início da partida foi prometedor, com boas situações de golo para as duas equipas. Com poucos segundos de jogo, o Nápoles chegou à baliza do Benfica (Júlio César foi titular num “onze” que também teve André Almeida num meio-campo reforçado e Carrillo no lado esquerdo do ataque) mas Milik não conseguiu fazer o desvio. Por seu lado, os “encarnados” tiveram o golo nos pés de Mitroglou em duas ocasiões: primeiro após cruzamento de Nélson Semedo que Reina só desviou ligeiramente, mas o remate foi contra o corpo de Hysaj; depois na sequência de um passe de Grimaldo, mas o guarda-redes correspondeu com uma grande defesa.

Os napolitanos fizeram o Benfica pagar caro pela falta de eficácia. A equipa de Maurizio Sarri assumiu o controlo da partida a partir do momento em que as suas figuras do ataque começaram a combinar e inaugurou o marcador aos 20’, por Hamsik. Num pontapé de canto, o eslovaco antecipou-se a Fejsa e, de cabeça, meteu a bola entre o guarda-redes e o poste. Foi o 101.º golo com a camisola do Nápoles para Hamsik, que está a 14 do melhor marcador da história do clube – o incontornável Diego Maradona.

A nota de equilíbrio com que terminou a primeira parte não fazia prever o descalabro que o segundo tempo traria. O Nápoles foi demolidor, com três golos em oito minutos: Mertens marcou de livre directo (51’), Milik converteu uma grande penalidade cometida por Júlio César sobre Callejón (54’) e Mertens ampliou para 4-0 aproveitando um falhanço do guarda-redes brasileiro (58’) que terá servido como certidão de óbito para a rotatividade na baliza dos “encarnados”.

Literalmente feito em cacos, o Benfica via o Nápoles jogar. Milik esteve perto do 5-0, na recarga a um remate de Mertens que Júlio César travou, mas fez a bola passar por cima. Seria apenas com as entradas de Salvio e Gonçalo Guedes que a equipa de Rui Vitória voltaria a dar sinal de si – e, embora já fosse tarde para evitar a derrota, ainda deu para disfarçar o vexame. O jovem português reduziu para 4-1 num lance em que recuperou a bola, avançou veloz, passou por Reina e marcou. E o argentino estabeleceu o resultado final após excelente passe de André Almeida, recebendo e tocando para o fundo da baliza. Foi-se o pesadelo, ficou a angústia.

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