Alemanha-Itália: um reencontro para definir o candidato dos candidatos

Alemães e italianos discutem em Bordéus a passagem às meias-finais do Euro 2016.

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Pascal Lauener/Reuters

Uma eliminatória mais cedo do que acontecera em 2012, Alemanha e Itália voltam a defrontar-se na fase decisiva de um Campeonato da Europa. Hoje, no Estádio de Bordéus, (20h, RTP1), o terceiro jogo dos quartos-de-final do Euro 2016 reúne dois dos mais fortes candidatos à conquista do troféu. E aquele que sair por cima desta final antecipada reforçará esse estatuto.

A “Mannschaft” tem demonstrado um futebol consistente. Passou em primeiro lugar na fase de grupos sem derrotas, tendo apenas um empate diante da Polónia, e eliminou a Eslováquia nos quartos-de-final com uma vitória clara, por 3-0. Com seis remates certeiros ao longo do torneio, Joachim Löw pode também agradecer a Manuel Neuer, já que o guarda-redes ainda não sofreu golos na competição.          

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Os germânicos são a equipa mais jovem do torneio (média de 25,39 anos) e procuram igualar o feito alcançado pela Espanha, que após ter sido campeã mundial (2010) conquistou o Europeu que se seguiu (2012). “O vencedor do encontro poderá ser o campeão. Todas as equipas que chegam às meias-finais têm esse objectivo, mas não será fácil para ninguém. Ainda há um longo caminho pela frente, mas o vencedor será um dos favoritos”, vincou o seleccionador, Joachim Löw.

O treinador deverá manter o 4x2x3x1 com que tem alinhado ao longo da prova. Mario Götze começou o torneio como titular, mas a falta de eficácia do jovem do Bayern de Munique poderá levar Mario Gómez ao “onze” inicial, tal como sucedeu no encontro diante da Eslováquia, em que o ponta-de-lança do Besiktas marcou o segundo golo.

“Eles não têm apenas uma boa defesa, o ataque também é forte. Estamos preparados, os jogadores estão concentrados e sabemos que teremos de concretizar as oportunidades que tivermos, pois contra a Itália poderemos não ter muitas”, alertou Löw.

Mesut Özil, um dos criativos da Alemanha, corroborou as palavras do técnico. “Sabíamos desde o início que poderíamos enfrentar equipas de grande qualidade, como a Itália. Estamos conscientes da nossa força. Olhando para os jogos que fizemos, temos jogado com unidade. Falhámos com a Itália no passado, mas queremos provar amanhã [hoje] que somos capazes de os vencer”.

Do outro lado, a Itália quer repetir a presença numa final europeia, quatro anos depois de ter perdido diante da Espanha, por 4-0. A formação de Antonio Conte liderou o Grupo E, fruto das vitórias diante da Bélgica e da Suécia, e, nos oitavos-de-final, “vingou-se” da selecção detentora do troféu, eliminando os bicampeões europeus por 2-0.

A jogar em 3x5x2, tem menos um golo marcado que os alemães e apenas por uma vez teve de ir buscar a bola no fundo das redes, num jogo em que o treinador italiano efectuou oito alterações.
Na antevisão ao encontro, Conte mostrou respeito pelo adversário mas acredita numa boa prestação dos seus jogadores. “Penso que a Alemanha é, actualmente, a selecção mais completa do mundo. Teremos de jogar bem e temos trabalhado para isso. Ninguém começa o jogo derrotado e, se vencermos amanhã [hoje], será merecido”.

Contrariamente aos germânicos, a Itália apresenta o conjunto mais experiente do Europeu, com uma média de 28,45 anos, ou seja, quatro anos mais velha que os campeões do mundo. Esta lógica aplica-se particularmente ao sector defensivo — constituído por jogadores da Juventus —, já que o mais jovem é Bonucci, com 29 anos. Com Candreva lesionado e De Rossi em dúvida, Antonio Conte será obrigado a mexer na equipa.

Quatro anos depois, alemães e italianos defrontam-se numa grande competição. “Estudámos bem os alemães. Eles são uma equipa perigosa, têm muita qualidade e talento que funciona bem em prol da equipa. Teremos de fazer algo extraordinário para os vencermos”, salientou o técnico italiano.

A ideia foi partilhada pelo guarda-redes Gianluigi Buffon. “Não éramos favoritos em 2012 e precisaremos de ser bons para chegar à final. Quando se chega a esta fase do torneio, depois de vencermos a Bélgica, a Suécia e a Espanha, ficamos mais confiantes. Sabemos que teremos um jogo bastante intenso”, admitiu o capitão transalpino.

O vencedor do Alemanha-Itália avança para as meias-finais do Euro. E ficará à espera de conhecer o adversário seguinte, que sairá do embate entre França e Islândia marcado para amanhã, em Saint-Denis.

Texto editado por Nuno Sousa

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