Faltou o golo 5001 ao Sporting

Líder empata em casa com o Tondela e arrisca-se a ver os rivais FC Porto e Benfica aproximarem-se. Foi o terceiro empate dos “leões” no campeonato.

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Gelson Martins fez o golo 5000 do Sporting no campeonato Carlos Costa/AFP

Mostra a história do campeonato 2015-16 que o Sporting sofre com equipas aflitas. Dois dos três jogos em que o Sporting perdera pontos foram contra equipas que lutam para não descer (União da Madeira e Boavista). E nenhuma estava tão aflita como o Tondela de Petit, afundada no último lugar, com metade dos pontos da primeira equipa acima da linha de água. E no já longínquo mês de Agosto, o Sporting sofrera muito para bater esta equipa que faz a sua estreia na primeira divisão. Seis meses depois, os “leões” voltaram a sentir grandes dificuldades frente ao Tondela e entraram em falso na segunda volta, cedendo um empate (2-2) frente ao “lanterna vermelha” e podem bem sofrer uma aproximação dos rivais FC Porto e Benfica, que defrontam, respectivamente, Vitória de Guimarães e Estoril. E Petit, terceiro treinador da época do Tondela, já roubou esta época quatro pontos aos “leões”, depois do empate que conseguira no Bessa enquanto técnico do Boavista.

Não haveria um duelo tão potencialmente desequilibrado como este, primeiro contra último. Jesus tinha avisado para os problemas que podiam surgir se o Sporting não fosse fiel à sua identidade. Durante metade do jogo, não foi. Os “leões” foram durante muito tempo uma equipa desligada, a falhar no jogo do passe curto em progressão. Sem grandes argumentos, o Tondela apostava nos seus velocistas do ataque, Nathan Júnior e Romário Baldé, perigosos a aproveitar as muitas bolas perdidas no meio-campo.

O Sporting jogava na crença que, frente ao último, seria uma questão de tempo. Mas esta sobranceria custou-lhe caro. Aos 29’, bola perdida junto à área do Tondela, equipa adiantada no terreno e contra-ataque. Nathan Júnior entra na área, fica na cara de Rui Patrício e o guarda-redes “leonino” faz penálti sobre o brasileiro, recebendo ordem de expulsão por parte do árbitro Luís Ferreira — Bruno de Carvalho também foi expulso. Bruno César foi o sacrificado para entrar Marcelo Boeck, mas o guardião suplente não conseguiu defender o remate a meio da baliza do homem que dois minutos antes tinha sofrido a falta.

Tal como na jornada anterior, o Sporting foi para o intervalo a perder. Jesus voltou a sacrificar William Carvalho para a entrada de Gelson Martins. A reviravolta não levou muito tempo a acontecer. Aos 54’, João Mário avança pela direita faz o cruzamento para Slimani fazer o empate, com a bola a desviar em Tikito e a enganar Matt Jones. Aos 61’, Gelson faz o 2-1 após uma jogada de Jefferson pela esquerda, o golo 5000 da história do Sporting.

O mais difícil estava feito, pensavam os sportinguistas. Mas não, o mais difícil era aguentar a meia-hora que ainda faltava para o fim, com menos um e contra uma equipa que não tinha nada a perder. Esse era o desafio. Com menos um, o Sporting até parecia mais tranquilo, enquanto o Tondela parecia abatido e conformado com a inevitabilidade da derrota. Petit foi lançando o que tinha no banco com a esperança de que alguma coisa mudasse. Dolly Menga, Piojo e Salva Chamorro foram os três homens lançados para o relvado, as armas possíveis de uma equipa que tinha chegado a Alvalade com uma média inferior a meio ponto conquistado por jogo.

A tal meia-hora foi passando e o Sporting foi controlando. Faltavam cinco minutos mais a compensação. Guzzo faz um passe longo a que as pernas frescas de Chamorro, que tinha entrado um minuto antes, fizeram com que chegasse à bola primeiro que os defesas do Sporting para poder fazer o 2-2 perante a oposição de Boeck. O avançado espanhol, que só jogara em equipas tão pouco notáveis o Lleida, o Cartagena ou Lleida Esportiu (e nunca passou da equipa B do Villarreal), dava uma consolação a um Tondela que não soube o que fazer quando se viu a ganhar ao líder, mas a quem este ponto será um tónico importante para iniciar a segunda volta. O Sporting teve a vitória nas mãos com o golo 5000, mas faltou-lhe o golo 5001.

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