A solução do Manchester City para a próxima época: mais dinheiro e limpeza de balneário

Os citizens foram eliminados dos oitavos-de-final da Liga dos Campeões numa época em que fizeram um investimento de mais de 200 milhões de euros. Apesar do momento delicado do clube, Pep Guardiola vai ter ainda mais dinheiro para gastar.

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John Stones (ao centro) foi a contratação mais cara do Manchester City para esta época Reuters/Andrew Couldridge

Depois de ser eliminado esta quarta-feira da Liga dos Campeões às mãos do Mónaco, o Manchester City já está a pensar na próxima época. Meios de comunicação social ingleses escrevem que o clube disponibilizará ao seu treinador, Pep Guardiola, 150 milhões de libras (173 milhões de euros) para gastar em reforços. Na calha está também a dispensa de um número considerável de jogadores, uns da equipa principal e outros que estão emprestados.

O ditado popular que diz que o dinheiro não traz felicidade parece aplicar-se ao Manchester City. Mas vamos por partes. O clube venceu duas das últimas cinco edições da Premier League, cumprindo um objectivo do plano desenhado pelo xeque Mansour, que comprou o City em 2008, injectando o capital que permitiu compras de jogadores como Sergio Agüero, Yaya Touré, Robinho, David Silva, Mario Balotelli ou Carlos Tévez. No entanto, o dinheiro do xeque ainda não conseguiu fazer com que os citizens riscassem da lista outra das suas ambições: conquistar a Liga dos Campeões.

A saída do Manchester City da liga milionária marca também um recorde negativo para Pep Guardiola: o treinador espanhol nunca tinha deixado tão cedo da competição. Nas sete edições anteriores em que participou (2012/13 foi ano sabático), Guardiola saiu vencedor duas vezes (2008/09 e 2010/11), ambas com o Barcelona, ou ficou-se pelas meias-finais ao leme dos blaugrana (2009/10 e 2011/12) e do Bayern de Munique (2013/14, 2014/15 e 2015/16). Na conferência de imprensa depois do jogo no Louis II, um jornalista lembrou a Guardiola que tinha sido contratado para fazer a diferença na Liga dos Campeões, para depois dizer que essa diferença ainda não se nota. A resposta foi: “Eu tentei, eu tentei.”

Nas provas nacionais desta época, os citizens estão mais bem posicionados para conquistar a Taça de Inglaterra (vão jogar contra o Arsenal nas meias-finais) do que para acabarem o ano em primeiro na Premier League, competição em que se encontram no terceiro lugar com 56 pontos, dez atrás do líder, o Chelsea. O City foi eliminado da Taça da Liga inglesa nos oitavos-de-final, quando perdeu por 1-0 com o rival Manchester United, que acabaria por conquistar a prova.

O actual cenário do Manchester City, que o Manchester Evening News apelida de “época de desilusões”, verifica-se depois de os ingleses terem gastado mais de 170 milhões de libras (mais de 200 milhões de euros) em contratações na presente temporada. Desse dinheiro, mais de 50 milhões de euros foram para o central John Stones, que chegou do Everton. Na primeira-mão da eliminatória com o Mónaco, foi o defesa inglês que deixou Falcao fugir quando o colombiano fez o terceiro da sua equipa. O golo veio a revelar-se crucial, visto que a eliminatória acabou empatada a seis golos, com os monegascos a passarem por terem marcado mais golos fora.

Frente ao Mónaco, os citizens sofreram seis golos, mais de metade dos dez que tinham sofrido em toda a fase de grupos. No final do jogo, Guardiola afirmou que o problema não estava no sector mais recuado da equipa: “Não, o problema não está na nossa defesa. Bastava termos jogado 90 minutos como jogámos a primeira parte. A minha filosofia é sempre a mesma: atacar”, cita o El Mundo

Agora, o City vai passar por uma fase de remodelação. Guardiola vai ter ao seu dispor um mínimo de 173 milhões de euros para tentar melhorar a equipa. Vai também ser efectuada uma limpeza no plantel: o Guardian fala em 18 jogadores que podem ser dispensados, o Manchester Evening News diz que são 13. Joe Hart, que esta época foi emprestado ao Torino, não deve regressar. Em Julho, diz o Guardian, sete jogadores da equipa principal acabam contrato: Yaya Touré, Gaël Clichy, Pablo Zabaleta, Willy Caballero, Jesús Navas, Bacary Sagna e Tosin Adarabioyo. Outra questão é a de Agüero, como referem as duas publicações inglesas: o avançado argentino chegou a ser segunda opção face a Gabriel Jesus, que causou uma boa impressão depois de chegar no mercado de Inverno, até ao brasileiro sofrer uma lesão.

Texto editado por Hugo Torres

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