O PSG está quase a chegar aos mil milhões

Com os seus investidores do Qatar, o clube parisiense tem estado sempre entre os que mais gastam no futebol mundial.

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Reuters/Gonzalo Fuentes

Já só falta a oficialização e a tal apresentação de gala para o que já é certo. Neymar vai ser jogador do Paris Saint-Germain num negócio que vai direitinho para o topo da lista das maiores transferências de sempre: 222 milhões de euros. Estes milhões juntam-se aos outros milhões que o PSG tem gasto nos últimos sete anos parar formar um número ainda mais impressionante. Desde 2011, quando foi comprado pela Qatar Sports Investment e já contando com o negócio Neymar (que tem sido gerido por Antero Henrique, ex-administrador da SAD do FC Porto), o clube parisiense já gastou 941,15 milhões de euros e pode bem chegar aos mil milhões ainda durante o mercado de Verão, que só fecha no final de Agosto.

Os investidores árabes entraram no clube e começaram de imediato a gastar logo no Verão de 2011. Foram mais de 100 milhões de euros, quase metade num único jogador, o médio argentino Javier Pastore, pagando 42 milhões. Os parisienses andaram perto do título, mas ficaram em segundo, mas o grande salto em frente aconteceria na temporada seguinte, depois de serem gastos 150 milhões de euros. Foi em 2012-13, às custas da compra em bloco de Thiago Silva e Zlatan Ibrahimovic ao AC Milan (63 milhões), Lucas Moura (40 milhões) Lavezzi (28,95 milhões) ou Verratti (12 milhões).Este foi o primeiro de quatro títulos consecutivos entre 2013 e 2016, sendo que, antes deste tetra, o PSG tinha sido campeão apenas por duas vezes, em 1986 e 1994, com Artur Jorge no comando.

Os gastos (e os títulos) continuaram em força na época seguinte, em que os parisienses contrataram aquele que foi, até Neymar, o jogador mais caro da história do clube, Edison Cavani, por 55 milhões, um pouco mais de metade do que foi investido nessa época (135,9 milhões). No ano seguinte, foram “apenas” 49,5 milhões num único jogador (David Luiz, que, dois anos depois, foi revendido ao Chelsea por 34 milhões), mas o investimento voltou a ser acima da centena nas duas épocas seguintes – 116,1 milhões em 2015-16 e 144,6 milhões em 16-17, entre eles 30 milhões pagos ao Benfica por Gonçalo Guedes.

O PSG não conseguiu segurar a posição cimeira pelo quinto ano consecutivo (perdeu esse estatuto para o Mónaco) e, neste período, nunca conseguiu ir além dos quartos-de-final da Liga dos Campeões. Depois de ter tentado Mbappé, o PSG virou-se para Neymar e, com o brasileiro, espera um salto qualitativo semelhante ao que teve quando foi pescar Zlatan Ibrahimovic – começou a ganhar, mas perdeu essa dinâmica com a saída do sueco para o Manchester United. E também quer aproveitar o aparente enfraquecimento do rival Mónaco, que tem feito belos negócios e que ainda pode fazer mais um.

Para se ter um termo de comparação com o que o resto da Europa anda a gastar, o negócio de Neymar quase dois terços do que os clubes da liga espanhola já gastaram neste Verão (338 milhões), cerca de metade do que já se gastou em toda a Bundesliga alemã (467 milhões), cerca de um terço do volume de negócios da Série A italiana (659 milhões) e cerca de um quinto do que já se gastou na Premier League (1,03 mil milhões). Apenas um clube investiu mais que o PSG neste defeso, mas os 240 milhões que o Manchester City gastou até agora foram divididos entre seis jogadores (o lateral-esquerdo Mendy foi o mais caro, comprado ao Mónaco por 57,5 milhões).

E para se fazer um termo de comparação com a própria história do clube, antes da entrada dos actuais investidores, a transferência mais cara da história do clube era a de Nicolas Anelka, comprado ao Real Madrid por 34,5 milhões. Isto foi no longínquo ano 2000 e o negócio que envolveu o avançado francês ainda está no top 10 (é a oitava mais alta). E outro dos negócios da equipa parisiense que esteve entre os três mais altos durante quase uma década (agora está em 23.º) foram os dez milhões pagos em 2003 ao Bordéus por Pedro Pauleta, um valor que, pelos padrões actuais, parecem trocos.

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