Déjà vu. Pela segunda vez consecutiva, o Barcelona entrou a perder com estrondo numa eliminatória da Liga dos Campeões, obrigando-se a operar uma reviravolta improvável no jogo da segunda mão. Nesta terça-feira, em Turim, os catalães perderam por 3-0 frente à Juventus, no primeiro round dos quartos-de-final, e terão de fazer no Camp Nou algo que raramente conseguiram em Itália: incomodar Gianluigi Buffon.

A afirmação de força da Juventus começou aos 7'. Com demasiado espaço para receber na área, Paulo Dybala dominou, rodou e rematou de imediato ao poste mais distante da baliza de Ter Stegen, após uma assistência da direita. Brilhava um argentino no Juventus Stadium e não era Lionel Messi.

O 4-2-3-1 dos bianconeri mostrava-se bem mais equilibrado que o 4-3-3 do Barcelona, improvisado com Jeremy Mathieu do lado esquerdo - Luis Enrique deixou Jordi Alba no banco. Acima de tudo, os italianos eram uma equipa mais intensa e pressionante e capaz de anular por completo a saída de bola dos visitantes, impedindo dessa forma que Iniesta pegasse no jogo.

No primeiro golo, o lance nasceu pelo corredor direito, no segundo foi pelo flanco contrário. Mandzukic cavalgou até à linha, cruzou atrasado e Dybala, surpreendentemente solto de marcação (Mascherano chegou atrasado), rematou de primeira para um golo que rivalizou, em qualidade, com o primeiro.

Estavam decorridos 22' e o cenário era negro para o Barça, que na segunda metade tentou arriscar um pouco mais prescindindo de Mathieu para lançar André Gomes. Os catalães passavam a utilizar um sistema de três centrais mas nem o médio português, nem Iniesta conseguiram ser influentes pelo corredor central e Messi ficou entregue à sua sorte.

E quando, aos 55', Chiellini desviou para dentro da baliza um pontapé de canto marcado por Pjanic, à cabeça dos adeptos, jogadores e staff do Barcelona terá voltado a imagem da primeira mão dos oitavos-de-final, em Paris, onde a equipa foi goleada por 4-0. O central, imperial no plano defensivo (foi também protagonista de um lance passível de grande penalidade, ao interceptar com a mão um remate de Neymar), marcava pela primeira vez nesta edição da Champions.

Massimiliano Allegri assistia à incapacidade de os catalães responderem e optava por gerir a equipa, trocando Cuadrado, Dybala e Pjanic por Lemina, Rincón e Barzagli. Sentado numa confortável vantagem de três golos, o técnico da Juventus já faz contas à segunda mão, ciente de que o adversário fabricou um milagre na última eliminatória (deu a volta ao PSG com uma goleada por 6-1) mas também de que a sua equipa sofreu apenas dois golos em toda a presente campanha na Liga dos Campeões.