O Sevilha dominou e ganhou, mas o Leicester City saiu vivo da Andaluzia

Os andaluzes venceram na primeira mão dos oitavos-de-final da Liga dos Campeões. Golo de Jamie Vardy mantém campeões ingleses na luta.

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Vardy marcou o golo que mantém o Leicester na luta pelos quartos-de-final John Sibley/Reuters

O Sevilha ganhou, mas não por tantos como queria, e o Leicester perdeu, mas não por tantos como se esperava. No Ramón Sanchez Pizjuán, em jogo a contar para a primeira mão dos oitavos-de-final da Liga dos Campeões, a equipa anduluza venceu por 2-1, mas foi um resultado curto para tanto domínio dos homens de Sampaoli e o golo de Jamie Vardy, o seu primeiro golo em competições europeias, dá muitas esperanças ao campeão inglês de seguir em frente na Champions, que tem sido um oásis para a época horrível que a equipa de Claudio Ranieri está a fazer na Premier League.

Noutros tempos, o campeão em título da Premier League seria o favorito perante o terceiro classificado da Liga espanhola, mas não este campeão e não este terceiro classificado. É que o Leicester tem vivido uma época de violenta ressaca após o título conquistado — está apenas um ponto acima da zona de despromoção —, enquanto o Sevilha tem mostrado credenciais para se bater com os dois crónicos candidatos em Espanha (Real Madrid e Barcelona). Não se esperava outra coisa que não um domínio intenso da equipa da casa e foi o que aconteceu. Os golos só não apareceram de imediato porque na baliza do Leicester estava um enorme Kasper Schmeichel.

O dinamarquês começou a brilhar cedo no jogo. Aos 13’, o central Wes Morgan cometeu falta na área sobre Correa. O avançado argentino assumiu a marcação do penálti, mas o remate saiu fraco e Schmeichel atirou-se para o lado certo. O filho de Peter voltou a fechar a baliza do Leicester aos 22’, num grande remate de Escudero de fora da área, mas nem se mexeu no cabeceamento certeiro de Pablo Sarabia, aos 25’. Escudero fez o cruzamento e o médio espanhol, nas costas de Fuchs, fez o primeiro. Dez minutos depois, Correa voltou a testar a atenção de Schmeichel com um remate de fora da área, de novo com vantagem para o dinamarquês.

Para se ter uma noção do domínio da equipa de Sampaoli (que estava na bancada a cumprir castigo), veja-se os dados estatísticos da primeira parte. O Sevilha teve mais posse de bola (70%), fez mais remates (10, contra um do Leicester) e completou mais passes (293, contra apenas 66 dos britânicos). Na segunda parte, a tendência do jogo não se alterou. Mais Sevilha (que teve o português Daniel Carriço em campo a partir dos 55’) e muito pouco Leicester, pouco competente nos dois lados do campo. Aos 62’, Correa redimiu-se do penálti falhado na primeira parte, fazendo o 2-0, após grande trabalho de Jovetic, que conseguiu fazer a assistência com os dois centrais do Leicester em cima dele.

Agora sim, adivinhava-se a goleada da equipa andaluza, que, por certo, já antecipava uma viagem tranquila às West Midlands. Mas essa sensação foi desaparecendo com o passar dos minutos, não que o Leicester fosse mais perigoso, mas porque estava a conseguir ser um pouco mais combativo no meio-campo. E, aos 73’, uma amostra do espírito combativo do Leicester da época passada apareceu no Sanchez Pizjuán. Bola ganha a meio-campo e enviada rapidamente para Drinkwater. O internacional britânico fez o cruzamento e Vardy, ainda em branco nesta Champions, antecipou-se a Carriço e ao guardião Sergio Rico para o golos dos “foxes

O golo não evitou a derrota do Leicester, algo que tem sido muito comum na época da equipa de Ranieri (foi a 19.ª da temporada), mas foi o suficiente para continuar a sonhar que pode bater mais uma barreira e que esta ainda pode ser uma temporada de sonho, mesmo que a vida na Premier League esteja muito difícil. Ao Leicester bastará marcar um golo em casa na segunda mão para se qualificar, mas será que consegue manter-se sem sofrer nenhum? A resposta será dada a 14 de Março, no King Power Stadium.

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