Novo acordo sobre direitos de TV impulsiona La Liga

Espanha segue exemplo inglês, impondo regras para atrair investimento ?e aumentar ?a competitividade.

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Diferença entre Real, Barcelona e os restantes clubes, no que respeita à distribuição de verbas, vai diminuir Juan Medina/Reuters

O futebol espanhol deu importante passo para esbater a supremacia inglesa na batalha dos direitos televisivos, aproximando-se, com as resoluções adoptadas, de um nível financeiro mais consentâneo com o valor e até superioridade desportiva evidenciados pelos principais clubes de La Liga no panorama europeu.

O pontapé de saída foi dado na sequência de um acordo colectivo de três anos, contrariando a negociação vigente feita clube a clube.Adolfo Bara, director-geral de La Liga, responsável pelo marketing, divulgou que os números anuais ascendem a 1,6 mil milhões de euros, sensivelmente o dobro do bolo até agora disponível.

Verba significativa, mas ainda bastante desfasada da realidade do futebol inglês, com um montante que se cifra nos 9,6 mil milhões de euros por três anos.

“O mais importante é recuperar o controlo sobre os direitos televisivos”, insiste o espanhol à margem da “cimeira” realizada em Manchester, dedicada ao negócio no futebol. “Passa a ser ainda possível decidir as transmissões [em directo e em diferido], nos programas e horários mais apropriados, tendo em atenção os mercados asiáticos e americanos, o que, aliás, era de prioridade máxima para nós”.

Estratégia validada por Timothy Bridge, da Deloitte: “Em termos competitivos, a Liga espanhola vem claramente a seguir à Premier League. Agora, com o novo contrato, podemos esperar o campeonato mais imprevisível de sempre”, afiançou.
A fatia destinada aos gigantes Real Madrid e Barcelona não deverá superar o triplo do valor atribuído aos clubes de menor prestígio, enquanto até agora se cifrava em cerca de oito vezes mais.

O presidente da Liga espanhola, Javier Tebas, “fez um trabalho notável ao converter uma situação delicada para benefício de todos”, refere Bridge. “As verbas distribuídas pelos direitos televisivos irão, sem qualquer tipo de dúvida, aumentar exponencialmente e podemos comprová-lo num futuro próximo, mais concretamente dentro de 18 meses, quando decorrer a primeira renegociação”.

“O novo acordo permitirá à Liga espanhola impor as regras aos clubes, de forma a proporcionar um produto de elevada qualidade televisiva”, justifica Bara, sugerindo desde logo obras de beneficiação nos estádios e atenção especial ao estado dos relvados. No fundo, um modelo importado do exemplo inglês, considerado por Bara como um “produto incrível, independentemente do clube, verificando-se uma notável uniformidade”.

“Neste Verão foram impostas aos clubes determinações no que diz respeito à potência da iluminação artificial, tanto na distância como na cor da relva e nas medidas dos painéis publicitários, de forma a permitir os melhores ângulos de filmagem”, exemplificou. 

 

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