Denis Istomin foi o herói improvável

Novak Djokovic foi afastado do Open da Austrália ao fim de cinco sets e de quase cinco horas de esforço.

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Reuters/ISSEI KATO

Tudo começou no início de Dezembro, quando Denis Istomin ganhou o play-off realizado na China e garantiu um convite para o quadro principal do Open da Austrália. Foi em Melbourne que o uzbeque disputou o seu primeiro encontro no Grand Slam, em 2006, e desde então nunca falhou uma presença. Mas a falta de resultados no ATP World Tour no ano pssado atirou-o para o 117.º lugar, longe do 33.º posto que ocupou em 2012. Sob a orientação da mãe, a sua treinadora de sempre, Istomin preparou arduamente esta época e obteve a recompensa na segunda ronda do Open australiano, ao eliminar Novak Djokovic, campeão em seis das últimas nove edições.

“Se não pensarmos que temos uma oportunidade, não há razão para entrarmos no court. Claro que continuo a trabalhar muito, a tentar dar o meu melhor”, disse Istomin, após derrotar, por 7-6 (10/8), 5-7, 2-6, 7-6 (7/5) e 6-4, o número dois do ranking — a sua segunda vitória em 34 duelos com adversários do top 10. Algo impensável ao chegar a Melbourne. “Era impossível imaginar que podia aguentar cinco sets com Novak, física e mentalmente”, salientou o uzbeque de 30 anos.

Istomin dispôs de set-points em todos os sets, com excepção do terceiro, somou 17 ases e anulou 10 dos 14 break-points que enfrentou. Mas foi a vitória no tie-break da partida inicial, depois de anular dois set-points, que lhe deu a confiança para acreditar que podia vencer o encontro, iniciado de forma rara, com um jogo inaugural de 16 minutos e 24 pontos, e concluído ao fim de 4h50m.

“Todo o mérito para o Denis, que jogou de forma espantosa. Foi, sem dúvida, o melhor jogador nos momentos importantes. Elevou o nível, foi agressivo, serviu muito bem, muito preciso. Não houve muito que eu pudesse fazer. Foi um daqueles dias em que não me senti bem no court, não tinha muito ritmo”, admitiu Djokovic, que não perdia tão cedo num torneio do Grand Slam desde a derrota na segunda ronda do torneio de Wimbledon, em 2008.

O sérvio, que acumulou 72 erros não forçados, só tinha perdido uma vez com um adversário fora do top 100 — no último torneio olímpico, Djokovic foi afastado por Juan Martín del Potro, um “falso” 145.º.

À terceira ronda passaram também Milos Raonic (3.º), Rafael Nadal (9.º), Richard Gasquet (18.º) e Alexander Zverev (24.º) em três sets, e Gael Monfils (6.º), Dominic Thiem (8.º) e Grigor Dimitrov (15.º) em quatro.

O torneio feminino perdeu Agnieszka Radwanska (3.ª), eliminada pela veterana Mirjana Lucic-Baroni (79.ª). A croata de 34 anos só tinha vencido um encontro no Open da Austrália, em 1998, mas somou 33 winners para vencer por 6-3, 6-2.

Serena Williams, Karolina Pliskova (5.ª), Dominika Cibulkova (6.ª), Johanna Konta (9.ª) e Caroline Wozniacki (20.ª) venceram em dois sets.     

 

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