Nicolás Almagro quebrou o jejum

Murciano bateu o compatriota Pablo Carreño Busta numa final muito equilibrada do Estoril Open.

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José Manuel Ribeiro/AFP

O 13.º título da carreira de Nicolás Almagro foi alcançado à custa de um encontro intenso na final do Estoril Open. O murciano, de 30 anos, sofreu e muito para derrotar, por 6-7 (6-8), 7-6 (7-5) e 6-3, o compatriota Pablo Carreño Busta, provavelmente o tenista que mais surpreendeu nesta edição do maior torneio português. “Não era para ter vindo ao Estoril. Mentalmente, não me via capaz de ganhar. Depois de Barcelona sentei-me com o treinador e disse-lhe que precisava de um psicólogo. Melhorei, voltámos a sentar-nos e a conversar e eles deram-me motivação para eu vir”, revelou o vencedor, que regressou aos troféus depois de um hiato de mais de quatro anos.

Almagro entrou a comandar e parecia ter o primeiro set perfeitamente controlado, quando fez o break e chegou a 3-2, ancorado numa fortíssima esquerda a uma mão. Só que a instabilidade do seu jogo voltou a fazer-se sentir e o 71.º tenista do ranking não foi capaz de fechar o parcial a 6-4, resvalando para um tie-break que só serviu para agudizar as suas fraquezas: desperdiçou quatro set-points e, com um erro de direita, entregou o set.

O equilíbrio que se registou no parcial inicial prolongou-se para o segundo set, com o jovem de Gijón sempre muito sólido e paciente do fundo do court, à espera que Almagro assumisse o risco. E era quase sempre o murciano, mais experiente, a tentar quebrar a monotonia e a cometer erros não forçados.

Ainda assim, o “carrasco” de João Sousa — que mais uma vez não foi capaz de fechar o set a 6-4 — impôs-se desta vez no tie-break, por 7-6 (7-5), e forçou um terceiro parcial, no qual entrou mais concentrado.

Ao arrancar um break logo no terceiro jogo, Nicolás Almagro foi cimentando a confiança e continuou a fazer uso do seu excelente serviço para ir abatendo Carreño Busta (50.º do ranking), que acabaria por ceder com um 6-3 final, ao fim de 2h47.

“Perder um jogo nunca é fácil e uma final ainda menos. Foi um encontro muito bom, o ‘Nico’ esteve a um nível altíssimo. Aguentei-me no primeiro set, no segundo estive melhor, mas ele conseguiu aguentar com o seu serviço. No último, não estive tão bem, mas Tenho de tirar conclusões positivas”, avaliou o tenista eleito em 2013 como o que mais progressos fez no circuito ATP.

Com este resultado, Almagro sucede a Albert Montañés como o último espanhol a triunfar no Estoril, já em 2010, e ao francês Richard Gasquet como novo detentor do título deste ATP 250. E junta Portugal a um mapa de conquistas que inclui já França (Nice), Brasil (São Paulo), Argentina (Buenos Aires), Suíça (Gstaad), Suécia (Bastad), México (Acapulco) e Espanha (Valência), com a terra batida como denominador comum.

“Aqui finalmente consegui uma vitória que há tanto tempo procurava e que tanta alegria me dá, sobretudo pelas pessoas que sempre estiveram ao meu lado”, sublinhou o vencedor, assumindo que “a experiência e o serviço são ingredientes” para se chegar mais depressa ao triunfo.

Se, para Almagro, esta é uma estreia a ganhar no Estoril, para o veterano Scott Lipsky há muito que se tornou um hábito. O norte-americano arrebatou mais uma vez o título de pares, algo que acontece pela quinta vez na carreira (ainda que nem sempre com o mesmo companheiro) e pela quarta consecutiva. Para o compatriota Eric Butorac, o triunfo sobre a dupla mais cotada do torneio (os polacos Lukasz Kubot e Marcin Matkowski), por 6-4, 3-6, 10-8, foi o terceiro em Portugal.

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