Nadal mantém os pés bem assentes na terra batida

Triunfo em Madrid coloca o tenista espanhol na primeira linha dos favoritos a vencer Roalnd Garros.

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Rafael Nadal Reuters/SUSANA VERA

Quinze encontros disputados, 15 vitórias, apenas dois sets perdidos. É este o balanço da época europeia em terra batida de Rafael Nadal, após vencer a final do Mutua Madrid Open. Depois de Monte Carlo e Barcelona, o espanhol juntou mais um título importante neste piso, recuperando o estatuto de “rei da terra batida” e, embora ainda figure no quarto lugar do ranking, confirmou a condição de favorito número um à conquista de Roland Garros, o torneio do Grand Slam que se inicia a 28 de Maio.

“O que é necessário para triunfar em Roland Garros é jogar um grande ténis e não ser o terceiro, quarto ou quinto cabeça de série. Isso não interessa se não jogarmos bem”, frisou Nadal, após vencer Dominic Thiem (9.º), com os parciais de 7-6 (10/8), 6-4. Depois de Roger Federer conquistar os três mais importantes títulos do ano (Open da Austrália, Indian Wells e Miami), é a vez de Nadal, outro campeoníssimo veterano, assumir o domínio do circuito masculino.

No reencontro com Thiem, a quem venceu (6-4, 6-1) na final de Barcelona, Nadal viu a sua forma actual ser testada. O austríaco não acusou o facto de estrear-se numa final de um Masters 1000 e assinou o primeiro break, para 2-1. Nadal devolveu-o no sexto jogo e avançou para 4-3. A 4-5, Thiem, que salvou cinco match-points na quinta-feira frente a Grigor Dimitrov, recuperou de 0-40. Mas no tie-break, a maior agressividade de Nadal decidiu a partida, concluída em uma hora e 20 minutos.

Um break a abrir o segundo set abreviou o fim de Thiem, embora este tenha reagido de imediato e tenha tido um break-point a seu favor. Nadal manteve a vantagem e dispôs de dois match-points quando o austríaco serviu a 3-5 (15-40). Mas o maiorquino ainda teve de salvar dois break-points, antes de ter uma terceira oportunidade, que, desta vez, não desperdiçou.

“Foi um encontro duro, que comecei com um break de desvantagem e é muito difícil ‘quebrá-lo’ aqui, em altitude. Penso que, no primeiro set, disputei melhor os pontos importantes. Comecei forte no segundo e o break inicial foi muito importante”, resumiu Nadal, que, na véspera, tinha dominado Novak Djokovic, no 50.º duelo entre ambos, pondo fim a sete derrotas consecutivas diante do sérvio. Uma vitória (6-2, 6-4) elogiada por Djokovic, que não hesitou em colocar o rival no topo da lista de candidatos ao título em Roland Garros.

O triunfo no Mutua Madrid Open foi o 72.º título da carreira de Nadal, 30.º da categoria Masters 1000 (igualando o recordista Djokovic) e quinto na capital espanhola. Desde 2010 que Nadal não ganhava tantos pontos nos primeiros cinco meses da época e a vitória deste domingo permitiu-lhe distanciar-se na liderança da Corrida para Londres – o ranking que contabiliza somente os pontos ganhos em 2017.

Esta semana, decorre os Internazionali BNL d’Italia e muitos esperariam que Nadal aproveitasse para descansar, mas o ex-líder do ranking vai cumprir o que tinha previsto e vai competir em Roma. “Não ir a Itália não me garante que chegue melhor a Roland Garros. Vivo um dia de cada vez. No ano passado, foi errado jogar em Roma”, admitiu o espanhol que ficou isento da ronda inicial e só deverá competir na quarta-feira, frente ao compatriota Nicolas Almagro ou Andreas Seppi.

Hoje, no primeiro encontro no Masters 1000 italiano, João Sousa (41.º) defronta o britânico Kyle Edmund (53.º), num duelo entre jogadores cuja época de terra batida não está a correr nada bem.

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